Santa Elisabeth da Trindade, Carmelita

08 de novembro - Santa Elisabeth da Trindade, Carmelita

Nasceu em 18 de julho de 1880, no acampamento militar de Avor, na cidade de Farges-en-Septaine, França. O médico avisou o Capitão José Catez, seu pai, que talvez a criança nascesse morta. Mas após 36 horas de sofrimento de parto, sua mãe Marie Rolland dera a luz a uma menina, que nasceu com saúde. Foi batizada em 22 de julho com o nome, Elisabeth Catez Rolland.

Em 24 de janeiro de 1887 morre seu avô Raymond, que morava com a família. Em 2 de outubro, morre seu pai José Catez, de crise cardíaca. Não era rica, mas sua mãe não teve dificuldades financeiras, para cuidar e educar suas filhas. Aos 7 anos, Elisabeth recebe as primeiras aulas de Francês, com a senhorita Gemaux. Já lhe preparando para estudar piano. Com 8 anos, sua mãe a inscreve no Conservatório de Dijon. Estuda Piano diariamente, chegando a se destacar e realizar pequenos consertos, recebendo elogios nos jornais locais. Em 19 de abril de 1891, com 10 anos fez sua primeira comunhão na Igreja de São Miguel, durante toda a Santa Missa, as lágrimas de alegria corriam em seu rosto. Assim disse ao sair da Igreja: "Eu não tenho fome, Jesus me alimentou..." Sete anos após sua primeira Eucaristia ela fez uma poesia sobre este momento. A poesia que forma seu diário íntimo. Mais tarde após compor a poesia, vai visitar a Madre Priora do Carmelo, Maria de Jesus, que lhe diz que seu nome em hebreu significa: "Elisabeth é a casa de Deus". Aí ela se sente chamada a ser "Casa de Deus". O Deus que, para ela era "Só amor". Em 8 de recebe o Sacramento do Crisma na Igreja de Nossa Senhora, de Dijon.

Com 18 anos começa a estudar Inglês, e ter aulas de costura. Mais tarde ela passa a fazer suas próprias roupas. Com 19 anos lê "História da Alma" o livro de Santa Terezinha do Menino Jesus. Em 26 de março de 1899, após ouvir uma pregação em Dijon, sua Mãe lhe permitir entra no Carmelo, mas só quando completar 21 anos. Assim em 2 de agosto 1901, entra no Carmelo Descalço de Dijon. Assim descreve: "Nós comungamos na Missa das oito horas e, depois disto, quando Ele estiver no meu coração, mamãe me conduzirá á porta da clausura!" Assim termina: "Eu sinto que sou toda sua, que não reservo nada, lanço-me nos seus braços como uma criancinha". Quando entrou no Carmelo, lá tinha 24 Irmãs internas, e 2 irmãs veleiras na habitação exterior. Ela é a sétima jovem do "noviciado", das quais só ficaram 3 para a profissão (não havia na época os votos temporários). Em 11 de janeiro de 1903, Irmã Elisabeth da Trindade, é aceita na Congregação, consagrando-se a Deus por toda eternidade. Diz: "Eu entendi que meu Céu começa aqui na terra, o Céu através da fé, com o sofrimento e a imolação por Aquele que eu amo". Falou assim se referindo ao tempo difíceis do noviciado até se tornar religiosa definitivamente.

Escreveu quase 300 cartas, para familiares, padres e irmãs religiosas, estas carta fazem parte de sua história particular. As cartas mais importantes para conhecer sua vida, foram as dos dois últimos anos de vida, pela visão de vida que tinha e a presença de Deus em sua vida. Com o passar dos anos de vida religiosa, cada vez mais concentrada na Trindade pacífica e pacificadora. O ritmo calmo de uma vida espiritual, guardava o silêncio e a crer no amor que está em todos nós.

São Paulo passou a ser sua referência. Em período que as irmãs podiam sair da celas, para interagir uma com as outras, descobre na epístola aos Efésios um sentido a sua vida espiritual: "Deus criou-nos para louvor de sua glória". Sua missão: silêncio, despojamento absoluto, amor à Trindade, culto da vontade divina, identificação mais ardente com a alma de Cristo Crucificado.

Em 26 de setembro de 1904 ate 05 de outubro ela faz 10 dias de retiro pessoal, foram dias de oração e solidão absoluta. Depois de 12 de novembro ao dia 21ela faz um novo retiro, desta vez comunitário, pregado por um padre dominicano, no final fez a oração "O meu Deus, Trindade que eu adoro" (Elevação à Santíssima Trindade - como é conhecida). Importante ler a oração completa.

Em 1905, começa a adoecer, recebe exceções na observação da regra, em agosto ela é dispensada de seu ofício de segunda porteira. Mas ela se faz forte e seu estado de saúde começa se agravar. Mais tarde admite, para a superiora que não anda se sentindo muito bem, mesmo com as concessões.

Em março de 1906, Santa Elisabeth vai para a enfermaria do Carmelo. Seu enfraquecimento dos últimos meses se agrava. Alimenta-se com dificuldades. Na noite de 8 de abril assim disse: "Na noite de domingo de Ramos, tive uma forte crise e acreditei que minha hora, em fim, tinha chegado, para contemplar sem nenhum véu a Santa Trindade, que foi minha morada na terra. Na calma e no silêncio da noite eu recebi a unção dos enfermos, e a visita de meu Mestre". Toda Semana Santa foi muito difícil, teve um esgotamento grande na sexta-feira Santa. No Sábado Santo ela tem uma melhora sensível, mas as irmãs não acreditam em uma cura, rezam por um milagre.

Após uma tuberculose, Santa Elizabete sobre com uma insuficiência adrenal crônica ( as glândulas não conseguem produzir quantidade suficiente de homônimos), na época não tinha cura; consequências: fadiga, dificuldades em ficar em pé, febre, perda de peso, náuseas e vômitos, diarreia, pressão baixa, dor de cabeça, irritação nos olhos, pouco açúcar no sangue, dificuldade de respirar, dores abdominais, escurecimento da pele. Estes sintomas se manifestavam com violência.

Em 15 de setembro, faz seu "Último Retiro". Nele ela formula o hino de uma alma "Louvor e Glória". Em 30 de outubro de 1906, coloca em seu peito o santinho de sua profissão e diz: "Nós nos amamos tanto!", passa a noite tremendo o corpo todo. No dia seguinte recebe novamente a Unção dos Enfermos e a Comunhão. No dia de Todos os Santos comunga pela última vez.

A comunidade se reúne-se em torno dela, acreditando ter chegado a hora de sua morte. Santa Elizabeth sai da sua fraqueza e pede perdão às sua irmãs. As irmãs pedem para que ela falem alguma coisa e diz: "Tudo passa, no fim da vida só o amor permanece, temos que fazer tudo por amor, precisamos nos esquecer sempre, Deus ama tanto quando nos esquecemos... Ah! Se eu tivesse feito sempre isso...".

Nos dias seguintes ela guarda a lucidez, mas, seus olhos injetados de sangue estão quase que constantemente fechados. Mas ainda fala: "Não desejo somente morrer pura como um anjo, mas transformada em Jesus Crucificado". Suas últimas palavras que se conseguiu compreender: "Eu vou à Luz, ao Amor, à Vida!...".

Morte em 9 de novembro de 1906, no Carmelo de Dijon, França, Foi Beatificada pelo Papa João Paulo II, em 25 de novembro de 1984. Foi Canonizado pelo Papa Francisco, em 16 de outubro de 1916, no Vaticano, juntamente com outros 6 beatos. Padroeira dos Doentes e órfãos.

Santa Elisabeth da Trindade, rogai por nós!