Senhor, quão tolos são esses mortais.
- Puck, Sonhos de uma Noite de Verão
Os Senhores do Sonhar estão mais uma vez em seu devido lugar: no poder.
O ano de 1969 marcou um acontecimento tão importante quanto o desembarque na Lua ou a furiosa guerra no Vietnã: o retorno dos Sidhe. Os senhores e senhoras Sidhe são diferentes de quaisquer outros moradores do Mundo das Trevas: arrancados inesperadamente do seio do Sonhar e lançados na luz branca e fria do que a humanidade chama de "realidade". Eles são um povo que não pertence a nenhum dos dois mundos.
Detrás deles: Arrancados do Sonhar onde outrora governavam, os Sidhe passaram pelas Brumas da Memória e não se lembram de seu passado imortal. Seus mitos e histórias (tanto raciais quanto pessoais) estão dolorosamente além de seu alcance.
Diante deles: O mundo escuro e hostil em que os Sidhe se encontram é diferente de qualquer outro em que ousaram sonhar na antiguidade. O mundo mudou desde a última vez em que estiveram nele, caminhando entre as multidões supersticiosas como deuses. A humildade do fazendeiro em seus campos ou do pastor que cuidava de seu rebanho em pastos verdes deu lugar a um barulhento show de horror repleto de transportes supersônicos, rodovias digitais e gás neurotóxico.
Os Sidhe que acabaram de voltar andam no fio da navalha entre os mundos do passado e do presente, da fantasia e da realidade, contando apenas consigo mesmos. Um povo menos digno poderia ter sucumbido ao destino diante de uma situação tão adversa e avassaladora, mas nos 25 anos que se passaram desde o seu retorno, os Sidhe não só sobreviveram, como também triunfaram. Náufragos em uma terra estranha e desconhecida, os Sidhe se valeram de sua força interior, batalhando para recuperar seu lugar de liderança entre os Kithain tanto com os plebeus das massas quanto com aqueles plebeus que se proclamaram nobres. O que é mais notável é o tempo em que conseguiram isso , em apenas 25 anos. Hoje, os fae que permaneceram na Terra, ressentidos por muito tempo com a arrogância da nobreza, em grande parte já reconhecem o lugar histórico dos nobres na sociedade Kithain.
Durante sua longa ausência, muitos mitos e superstições se espalharam entre os plebeus. A maior parte dos Kithain via os Sidhe com admiração e temor gerados por superstições. Desde seu retorno, pouca coisa aconteceu para mudar esta opinião na mente de muitos changelings, que (conscientemente ou inconscientemente) vêem os Sidhe como seus superiores. Belos mas terríveis, os Sidhe andam pelas ruas entre as multidões repletas de humanos, e o olhar em seus rostos é de desprezo pessoal. Há algo até mesmo nos mais insignificantes entre eles que provoca certa hesitação até no plebeu antimonarquista mais radical. Ao mesmo tempo, alguma coisa imaculada e inocente sobre eles toca até mesmo o coração do mais cético dos humanos.
Muitos plebeus sussurram que a nobreza se protege da realidade do mundo ao viver em palácios de açúcar moldados no Sonhar. Eles riem, sabendo que a primeira chuva forte irá arrastar os intrusos para longe. Talvez isto seja verdade. Apesar dos Sidhe terem travado muitas batalhas grandiosas com os outros Kithain para recuperar seu poder perdido, sua coragem ainda não foi testada contra outras grandes forças do mundo. No entanto, o tempo deste grande teste se aproxima rapidamente. O grande cataclismo que os vampiros chamam de Gehena e os lobisomens chamam de Apocalipse se aproxima como uma grande tempestade. Os Kithain chamam este tempo de Inverno, e a nobreza recém-chegada pode logo se encontrar combatendo forças muito além do que ousavam imaginar.