Houve um tempo, onde o mundo que conhecemos e a Augusta Personalidade de Jade eram um só, uma perfeição sagrada. Esta Era de Perfeição só foi abalada quando a Augusta Personalidade de Jade ordenou ao mundo que se dividisse, se tornasse muitos, e o mundo se enxergou pela primeira vez e se achou belo. Essa Era da Beleza acabou quando pequenos erros no projeto da Augusta Personalidade de Jade começaram a ocorrer, afastando-se da vontade divina do Céu. Assim, os Reis Yama nasceram, e para conter sua maldade, a Augusta Personalidade de Jade criou os Wan Xian, os 10.000 Imortais, e os colocou para vigiar a humanidade. Para proteger a natureza, os Hsien, ou Shinma, foram criados - pequenos deuses representantes do Céu na Terra, que respondiam às orações de árvores, pedras e água, assim como as orações dos mortais. Esta foi a Era das Lendas e, embora não fosse perfeita, foi grandiosa.
Mas a semente da imperfeição cresceu ainda mais, e os Reis Yama corromperam até os Wan Xian e plantaram as sementes da dissidência entre os Shinma, que se voltaram uns contra os outros. Furiosa por seus arautos terem se voltado contra si, a Augusta Personalidade de Jade expulsou os Shinma, cortando a estrada que ligava o Céu à Terra. Exilados para sempre na Terra, eles passaram por uma Era de Beleza Melancólica - que, por sua vez, chegou ao fim, à medida que a corrupção e as trevas se espalhavam pela terra.
Vivemos agora na Era da Tribulação, uma era de trevas e loucura, as últimas horas antes da próxima Sexta Era. O que, acontecerá com os Shinma? A Sexta Era será uma Era de Alegria, na qual poderão novamente entrar no Céu, se suas almas forem justas e iluminadas? Ou será uma Era de Dores, uma era de fim da esperança, onde os Shinma serão deixados para apodrecer em um mundo moribundo, e a Era atual é sua última chance de salvação? Os Hsien não sabem, apesar de muitos profetizarem - apenas a Augusta Personalidade de Jade sabe o que está por vir.
Os Hsien já caminharam altivos por este mundo, suas aparências sendo um símbolo de sua herança e autoridade divina. Hoje, expulsos pela vontade da Augusta Personalidade de Jade, eles não têm outra solução senão procurar abrigo da forma que conseguirem, para evitar se tornarem presas daqueles que caçam o Chi que dá forma a seus corpos. Por uma questão de segurança, cada Hsien passa pelo ritual de Kun Shou, buscando uma alma mortal à beira da morte e tomando seu lugar dentro da carne, obtendo assim proteção contra aqueles que os caçam. Enretanto neste processo ele perde boa parte de sua memória - um preço muito alto para os Hsien que esperam alcançar a iluminação através da contemplação das 10.000 Coisas. Cada vida perdida e readquirida significa que eles devem recomeçar nesse caminho.
No passado os Shinma serviram uma única Corte, a do Céu, hoje precisam criar suas próprias Cortes, pois o Céu se mantem calado na maioria das vezes. Assim como na política mortal, são comuns os mal-entendidos e as divergências, e as Cortes podem lutar entre si por mil razões. Para os Hsien, uma Corte é um refúgio, uma associação fraternal, um professor e um juiz, tudo em um lugar só. Cada Corte tem seu próprio código de conduta, que é aplicado internamente (não que essa aplicação seja perfeita). É claro que nada impede que outras Cortes façam “justiça” a não-membros, podendo causar a ira de outras Cortes, e as vezes nem mesmo isso é motivo suficiente para evitar que isso aconteça. Assim, a maioria dos Hsien pertence à uma Corte e, mesmo que sigam levemente os ideais e objetivos desta Corte, é muito mais seguro do que estar sozinhos. Afinal, existem coisas piores por aí do que rivais que afirmam ter ouvidos no Céu.