Na Índia, os mitos afirmam que os Acheri vivem no topo das montanhas e causam doenças aos humanos, a menos que sejam adorados. Em outras regiões, eles têm nomes diferentes: Aerika na Grécia, Ma-mo no Tibete, Lamatsu na antiga Babilônia ou Macachera na Amazônia. Ao logo do tempo eles vêm sendo temidos e acusados de serem portadores de doenças e corrupção, tanto do corpo quanto da alma. “Puro preconceito!” dizem os Acheri. Embora não neguem seu papel, os Acheri enfatizam sua importância na ordem natural das coisa. As doenças são simplesmente parte do equilíbrio natural, uma forma de limpar as “folhas mortas” e os Acheri estão neste mundo para fazer isso. Eliminar os doentes deixa espaço para que os fortes prosperem. Da mesma forma, quando perguntados sobre sua tendência de espalhar a corrupção, eles respondem que, sem tentações, como alguém poderia testar sua fé ou bondade? Quaisquer que sejam suas justificativas, a maioria dos Acheri simplesmente despreza qualquer vida que não seja a sua, embora haja exceções ocasionais para esta regra. Os Acheri que não causam dor ao mundo são vistos pelos outros como traidores da causa, sofrendo muito mais criticas e abusos verbais do que punições físicas. Afinal de contas, essas ações de caridade “deturpadas” são apenas outra forma de corrupção.
Seja no Mundo Desperto ou no Sonhar, os Acheri disputam com os Redcaps o posto de fae mais odiados. Sendo uma Adhene itinerante, os Acheri acompanharam as migrações humanas na antiguidade. Conhecendo muito mais sobre os humanos e suas fraquezas do que os outros Habitantes, os Acheri lançaram sua sombra negra pela primeira vez numa época em que as doenças não eram uma questão de germes e vírus, mas de maldições e espíritos malignos. Os tempos mudaram e os Acheri mantiveram um olhar cuidadoso sobre os humanos, emprestando seu toque corruptor ao progresso da humanidade sempre que possível. De fato, há quase tantos Acheri entre os evanescentes quanto os Aônidas, embora os últimos sejam mais aceitos pelos Kithain. Aqueles fae que são dedicados a preservar a vida normalmente veem os Acheri como abominações. Os changelings tentaram, sem sucesso, exterminar os Acheri que permaneceram após a Tessarakonta. Depois de seu banimento durante o Miririm, alguns Acheri continuaram a servir o que consideram ser seu papel na trama do destino, embora muitos sigam seus próprios desejos mesquinhos. São poucos os que ainda se dedicam a eliminar os fracos, mesquinhos e irreparáveis deste mundo, apesar da zombaria de seus companheiros. Espíritos da corrupção, eles mesmos são particularmente suscetíveis à tentação.
Estilo de Vida: Criaturas de extremos, os Acheri podem ser maltrapilhos vivendo vidas de negação ou hedonistas chafurdando nos prazeres carnais. Os primeiros veem os outros como diletantes, não comprometidos com sua sagrada tarefa de açoitar o planeta. Aqueles do segundo tipo enxergam os primeiros como criaturas deprimentes. Os Acheri tendem a ser solitários, se relacionando com outros apenas de forma superficial, mesmo com aqueles de sua própria espécie. A vida familiar de um Acheri é o mais próximo do inferno que alguém poderia chegar: a maioria dos Acheri são abusadores ou abusados. Entretanto, eles podem buscar companhia para suprir sua necessidade por sentimentos e sensações. A fim de se tornarem mais aceitáveis aos outros, muitos Acheri afirmam que são a exceção benigna à regra ou insistem que, como um povo, foram terrivelmente caluniados. Mais familiarizados com o mundo humano do que muitos Adhene, os Acheri evanescentes buscam profissões onde possam perpetuar sua corrupção e acumular riquezas para promover seu estilo de vida. Médicos que não curam, psiquiatras que enlouquecem seus pacientes e promotores que propagam a corrupção, em vez de puni-la, são apenas algumas das profissões que exercem.
À primeira vista, os Acheri parecem humanos normais, típicos dos grupos culturais que os sonharam. Eles podem ser atraentes ou feios. Eles tendem a se vestir conforme os extremos das classes sociais, usando tanto em voile muito rico quanto um muito pobre. Em cada Ária, o Acheri possui uma sombra estranhamente fria e escura. Isso é verdade, embora em menor grau, até mesmo nos reinos dos despertos.
Dioniae: Os Acheri desta personalidade exalam uma aura de corrupção espiritual. Os sinais físicos disso são pequenos, são mais impressões subconscientes. Muitas pessoas não se dão conta de que há algo fora do comum com o Acheri, em vez disso, sentem seus próprios instintos primordiais se aguçando quando em sua presença.
Araminae: Nesta forma a corrupção física do Acheri vem à tona. Eles têm uma aparência doentia; sua pele pode ser muito pálida e pegajosa ou avermelhada com bolhas e feridas. Embora isso não afete negativamente suas habilidades, sua Aparência cai em um ponto.
Apolliae: Em sua forma Apolliae, a sombra do Acheri cobre seu Semblante Feérico, tornando-os visíveis apenas como uma silhueta negra com olhos brancos ou vermelhos. A encarnação viva da doença e da corrupção, os Acheri nesta Ária esquecem por um tempo seus prazeres mesquinhos e se dedicam à missão que lhe foi designada (expressa por meio de seu Legado dominante).
Afinidade: Ator ou Fada
Praga Nervosa: Os Acheri são mestres, alguns dizem que os criadores, das quimeras conhecidas como Pragas Nervosae. Ao gastar um ponto de Glamour, o Acheri pode enviar sua sombra para longe de seu corpo para infectar alguém com uma doença quimérica grave. O Acheri faz um teste contra seu Glamour atual (dificuldade 6). A sombra se manifesta fisicamente por um turno por sucesso. A sombra tem a mesma velocidade e habilidades de combate do Acheri. Qualquer pessoa a quem a sombra consegue tocar durante este período se torna vítima de uma doença quimérica (à escolha do Narrador, veja Changeling O Sonhar página 277 para detalhes). O Acheri pode infectar alguém apenas uma vez por dia. Além disso, invocando o Fado, o Acheri pode espalhar doenças quiméricas particularmente virulentas pelo Mundo Outonal, uma coisa preocupante, uma vez que algumas doenças quiméricas não têm cura conhecida no Mundo Desperto. A última vantagem desse poder concede ao Acheri uma grande imunidade tanto a doenças quanto a venenos.
Sedução: “Eu posso resistir a tudo menos à tentação”. Os Acheri personificam a corrupção tanto espiritual quanto física. Quer seu papel seja de destruidor ou tentador, eles trabalham para afastar seus alvos dos ideais que lhes são caros. Assim sempre que usar sua esperteza para desviar alguém do caminho da virtude, um Acheri adiciona +1 à sua parada de dados de Carisma e Manipulação (+2 na Ária Dioniae), mesmo que isso dê ao Habitante um Atributo temporário acima de 5. Este nível é ilusório e não é marcado na ficha de personagem, pois só é útil para testes envolvendo corrupção. Aqueles “verdadeiramente virtuosos” podem, na verdade, ter uma reação negativa ao espírito, uma vez que descobrirem sua verdadeira natureza (-1 ou mais para todos os Atributos Sociais do Acheri apenas para aquela pessoa). Essas pessoas são alvos muito desafiadores e tentadores para os Acheri.
Ricochete: As maiores vítimas da corrupção dos Acheri são os próprios Acheri. Muitos Acheri consideram seus vícios como tesouros e acham difícil cumprir quaisquer planos de longo prazo que não envolvam de alguma forma seus prazeres mais básicos. Todo Acheri deve ter algum tipo de vício (comidas, sexo, drogas, etc.). Sempre que confrontados diretamente com o objeto de seu desejo, eles devem fazer um teste de Força de Vontade (dificuldade 7) ou então deverão buscar aquele vício até se sentirem saciados. Enquanto o Acheri estiver em sua Ária Apolliae, essa dificuldade é reduzida em dois ou mais. O ódio que sente de si mesmo por ceder à tentação neste estado pode ser duplamente angustiante. Alguns Acheri se deleitam com essa corrupção; os mais ascéticos se entregam a isso com relutância, punem-se por sua fraqueza em rituais de autoflagelação ou automutilação. Mesmo aqueles Acheri que se deleitam com sua decadência frequentemente possuem uma boa dose de aversão a si mesmos.
A Proibição Escarlate: Por causa de seu status sagrado, os Acheri nunca usarão seus Direitos Inatos contra qualquer pessoa que use uma peça de roupa ou um acessório majoritariamente vermelho (pequenas quantidades de vermelho misturadas com outras cores não os repelirão). Por causa dessa proibição e de sua pureza inerente, os Cavaleiros do Ramo Vermelho são particularmente odiados pelos Acheri. O Acheri pode, é claro, usar outras Artes ou meios físicos contra alguém que use esta cor, mas eles não podem tentar remover fisicamente a peça de roupa ou acessório. A Fraqueza desaparece assim que o alvo remova o item protetor. Colocar algo vermelho após o ataque do Acheri não surte nenhum efeito. Os Acheri ficam calados sobre essa fraqueza e ela não é muito conhecida.
Aônidas: Hedonistas tão encantadores que tentam os humanos para seu bel prazer, tornando nosso trabalho ainda mais fácil.
Fir-bholg: Nossos antigos líderes nos dias da Tessarakonta. Se eles escolherem liderar novamente, podemos segui-los, embora o passado tenha provado que eles não são mais imunes às nossas formas de persuasão do que qualquer outro tipo de fae.
Fuaths: Inconsequentes.
Keremet: Cuidado. Esses cadáveres vivos são imunes às nossas formas de persuasão. Eles causaram quase tantas mortes quanto nós, mas não sentem prazer em seu trabalho. É uma pena.
Moiræ: Hipócritas arrogantes. Eles servem ao Destino à sua maneira e é melhor nos darem o direito de servi-lo à nossa maneira.
Naraka: Nós nos lembramos deles, mesmo que eles não se lembrem mais de si. Eles se tornaram criaturas de destruição cega e procuram reconstruir seu passado. Talvez possamos ajudá-los com isso, talvez não.
Changelings: A carne que os envolvem pode protegê-los da Banalidade, mas não de nós. Eles são um pouco mais esclarecidos do que os humanos.
Humanos: Eles nos criaram com seus sonhos; nós os matamos com os nossos. Nada pessoal! É apenas como as coisas devem ser.
Citação: “Para trás, tentador sujo?” Ah, estou decepcionado. Eu apenas queria trocar algumas ideias e achei que você fosse sofisticado demais para tais preconceitos mesquinhos.