O Aspecto com o qual o changeling começa corresponde à idade do hospedeiro mortal ao passar pela Crisálida e despertar sua natureza feérica. Portanto, um Infante geralmente tem doze anos ou menos, um Estouvado tem entre treze e vinte e poucos anos, e um Rezingão é mais velho que isso. Entre os changelings, existem algumas exceções a essas faixas etárias, mas muitos Kithain têm Aspectos que correspondem quase exatamente a suas idades como mortais.
O changeling passa de um Aspecto a outro conforme vai ficando mais velho: de Infante a Estouvado e a Rezingão. Os Rezingões acabam sucumbindo à debilidade da velhice e morrendo, mas inúmeros changelings são Arruinados pela Banalidade muito antes de seus Aspectos Mortais morrerem de causas naturais. Pouquíssimos changelings chegam em paz às Terras Estivais da velhice. Nos dias de hoje, é muito mais comum eles serem Arruinados pela crescente Banalidade que tende a acompanhar o envelhecimento, ou então morrerem de maneira violenta, lutando contra seus inimigos.
A maioria dos changelings teme muito mais o Esquecimento ou a Ruína do que a morte humana, pois sabem que, ao morrer, eles seguirão em frente, rumo às Terras Estivais, e voltarão à vida. Suas naturezas feéricas só podem ser destruídas pela Banalidade em estado bruto, como o ferro frio. O que um changeling mais teme é ter sua natureza feérica e imortal destruída e apartada do mundo permanentemente, o que lhe negaria até mesmo a chance de um dia encontrar o caminho de volta para Arcádia. A perda permanente de qualquer changeling é uma tragédia para todos os Kithain e um sinal de que a Banalidade está aumentando sua influência sobre o mundo agora que o inverno se aproxima.
Os Sidhe temem o frio toque da morte mais que qualquer outro changeling, pois seu destino não é tão certo quanto o de outros Kithain. Os últimos a adotar a vida mortal, os Sidhe têm Aspectos Mortais assim como os outros changelings. Entretanto, quando morrem os Sidhe, não há qualquer sinal de seu renascimento no mundo dos mortais, como é o caso de outros Kithain. Talvez os Sidhe tenham cumprido sua penitência e retornado a Arcádia para desfrutar da primavera pelo resto da eternidade. Mas também é possível que a morte seja a punição final dos Sidhe exilados e que suas naturezas feéricas sejam destruídas quando da morte de seus hospedeiros, lançadas ao Oblívio para nunca mais serem vistas. A mera possibilidade de uma sina como essa já basta para enregelar a alma de qualquer changeling. O que acontece aos espíritos feéricos dos nobres ao morrerem é um completo mistério, e esse enigma sombrio assusta todos os Sidhe outrora imortais até a alma.
Alguns estudiosos sugeriram a escandalosa teoria de que os Sidhe renascem como plebeus para aprender um pouco de humildade e simpatia pelos Kithain que foram abandonados e tiveram de enfrentar os longos anos do Interregno. Os Sidhe não acreditam muito nessa ideia, proveniente, como é, dos estudiosos e arquivistas da desonrada Casa Liam.
Personagens lendários mesmo entre os Kithain, os Síocháin são fadas que chegaram a um equilíbrio entre a Banalidade e o Glamour, entre suas naturezas mortal e feérica. Eles aceitaram ambas em sua plenitude e, como resultado, recuperaram a imortalidade.
Alguns changelings acreditam que os Síocháin são prova de que um dos propósitos do exílio na Terra é ensinar às fadas a viverem nos dois mundos e a integrarem suas naturezas feérica e mortal. Eles dizem que o medo da nobreza em relação à morte e sua rejeição do lado mortal da vida são a razão pela qual os Sidhe perderam a imortalidade; a própria arrogância da nobreza não permitirá que esses changelings abracem o lado mortal que pode vir a ser a chave para a vida eterna.
Seja qual foi o caso, os eternos Síocháin nunca se pronunciaram a respeito.