Uma torre de vidro e aço refletia a luz do início da manhã nas águas agitadas da baía. No alto do 30º andar, o senhor da torre estava de pé com as mãos cruzadas nas costas em uma postura majestosa e rígida. No escritório atrás de si, os vassalos enchiam silenciosamente a garrafa de café e serviam uma variedade de frutas e bolos. O senhor da torre ansiava por syrniki com geleia em vez destes velhos donnuts pegajosos e nocivos, mas guardou para si esses pensamentos, estava diante de sua equipe. O desejo era uma fraqueza em si, e ele devia cuidar para não exibir fraqueza ali, onde outros podiam observá-lo.
Alguns nobres vieram trazendo a papelada, que o senhor da torre assinou com pulso firme, sem qualquer floreio. Eram indenizações, planilhas de custos e relatórios financeiros - chato, chato e mais chato. A Dama Amici lhe entregou um pergaminho maravilhosamente decorado no qual cedia quatro quadras ao redor do Collington Square Park para o Visconde Pomerain de Beaumayn. O senhor da torre enrugou o nariz com aversão enquanto rabiscava seu nome completo e seu título da forma mais ostentosa possível.
— Oh, não faça esta cara, Sevastyan — a voz de sua irmã soou detrás de si. Ela havia sido quem insistiu em todos estes tapetes felpudos. A Baronesa Zhanna Ved’ma, da Casa Varich, preferia que sua presença permanecesse oculta até que ela decidisse se revelar.
— Tão gentil da sua parte se preocupar com meu rosto, para que eu possa me concentrar em assuntos mais importantes, Zhannochka — disse o Barão Sevastyan.
— Tsc! — disse a Baronesa — Nevazhno, irmãozinho. Posso ver que seu trabalho é mais importante que uma conversa com sua única irmã, independente do assunto.
O Barão Sevastyan entregou à Dama Amici seu pergaminho. Ele apertou brevemente a ponte do nariz, amaldiçoando sua mãe pelo fato de ter-lhe dado uma irmã mais nova.
— Está bem, Zhannochka — disse ele — O que você quer?
— Eu pensei que você gostaria de saber que as melhorias de segurança no cofre estão completas, mas se eu estiver ocupando muito do seu tempo...
O Barão Sevastyan sorriu para a irmã, os lábios finos revelando levemente os dentes. — Meu tempo é seu, irmã — Sem afastar-se da janela e da luz que entrava, bateu as mãos uma vez e disse: “Saiam”.
Os vassalos, Dama Amici, e os outros lordes menores que o serviam saíram do escritório, deixando Sevastyan sozinho com sua irmã. Ele a alcançou estendendo um braço, trazendo-a para perto o suficiente para que ela pudesse lhe sussurrar nos ouvidos se assim quisesse. Zhanna deu um leve beijo na bochecha de Sevastyan. O toque de seus lábios queimaram ligeiramente, indicando outra noite com o Lorde menor Daireann. Sevastyan apertou o braço ao redor de sua irmã.
— Conte-me — ele ordenou, enquanto seu esplendor radiante preenchia todo o espaço ao seu redor. Zhanna colocou os lábios em seus ouvidos e sussurrou-lhe.
Na parede à direita do escritório do Barão Sevastyan, um parafuso lentamente girou de uma tampa de ventilação e caiu silenciosamente no tapete felpudo embaixo da mesa do Barão. Nenhum dos irmãos Varich notou sua queda. Por trás da tampa, dois pequenos olhos negros brilharam de satisfação.
•••
Muito tempo depois da equipe de segurança sair e as luzes da torre terem sido apagadas, a tampa de ventilação acima da mesa do Barão se moveu e caiu sobre o tapete com um golpe abafado. Depois de alguns instantes, um arminho branco saltou do respiradouro aberto, transformando-se no ar e pousando suavemente sobre dois pés humanos. Tisket von Tasket ficou de pé e puxou sua camiseta com os dizeres — “O sarcasmo é apenas outro dos serviços que ofereço” — até sentir que ela estava do tamanho certo novamente. Ela colocou os esquemas de ventilação do prédio em um dos bolsos de sua calca de ioga, tirando um pequeno conjunto de ferramentas de chaveiro. O comunicador em seu ouvido zumbiu com estática e, em seguida, explodiu com a voz assustada de Gibraltar.
— Tisket você conseguiu entrar? Está dentro do escritório do Barão?
O nariz pontiagudo de Tisket se contraiu em aborrecimento.
— Não. Eu caí em um fosso. Ainda estou caindo. Vou cair para sempre.
— Você pode repetir isso? Perguntou Gibraltar — Tisket, por favor, informe. Você realmente caiu em um fosso? Se assim for, eu realmente preciso saber detalhes sobre este fosso. Alguma coisa se destaca?
— Estou caindo para sempre através da escuridão e do desespero — disse Tisket.
— Ela não caiu em um fosso — respondeu a voz de Ranveig. Isso seria improvável. É mais uma tolice de Tisket.
— Este aqui é o buraco mais fundo em que eu já caí — disse Tisket. Ela foi até a porta do escritório do Barão, sentou-se sobre os calcanhares e começou a desmontar os componentes da fechadura mecânica, muito mais agradáveis para brincar do que as do tipo elétrico. Algo emperrou então ela puxou forte, o que fez com que a fechadura emitisse um rangido triste, como um gemido ou o vento no início do inverno.
— Ranveig, Maarika, vocês conseguem ver Tisket? Podem confirmar se há ou não um fosso? Perguntou Gibraltar.
— Se eu vejo uma garrafa que diz “beba”, eu deveria beber, certo? — disse Tisket, finalmente abrindo a porta para Maarika e Ranveig.
Maarika tinha uma bolsa de laptop pendurada no ombro, os fones de ouvido inclinados para trás e colocados como uma tiara em seus cabelos negros e brilhantes. Ranveig franziu o cenho e descansou o machado, apoiando a lâmina contra um de seus largos ombros.
— Ranveig? Maarika? Tisket? — Gibraltar parecia ainda mais em pânico. Porra! É por isso que eu odeio ser o controle da missão. Ninguém me diz o que está acontecendo! Alguém me dá uma resposta “não-Pooka”, por favor?
— Hora de cortar a conversa fiada nesta linha. Maarika, relatório — disse Dolaidh, em sua primeira intervenção.
— Estamos dentro, quase lá. Ainda não tivemos a chance de procurar o cofre. Tivemos alguns problemas na escadaria norte, que nos atrasaram — disse Maarika. — Os últimos esquemas que vi sugerem que o cofre estaria do outro lado do edifício, o mais longe possível do escritório de Sevastyan.
O nariz de Tisket se contraiu de novo enquanto revirava os olhos escuros. — Porque é que eu saberia? Eu não fiquei escondida no duto de ar o dia inteiro. Não, não me perguntem, eu não sei de nada.
— Tisket von Tasket — disse Dolaidh nos comunicadores, com extrema paciência em sua voz, — você compartilharia conosco a localização do cofre do Barão Sevastyan, para que nossa equipe possa obter o objeto sem chegar a uma conclusão envolvendo violência ou encarceramento?
— Tecnicamente, Ranveig já se envolveu em violência — disse Maarika.
— Violência excessiva — continuou Dolaidh.
— Oh, claro, evitando a violência, como a gente sempre faz — murmurou Tisket em voz baixa. Ela olhou ao redor da sala, examinando detalhadamente cada superfície. A Baronesa Varich havia dito algo sobre aquele cofre, mas tinha sido tão baixinho, ou talvez, Tisket se lembrasse de tão pouco. Algo sobre o cofre, algo novo, algo difícil de lembrar, algo aqui perto.
— Gib, Dolaidh, vamos para o outro lado deste andar e começar a procurar o cofre lá — disse Maarika.
— Ah sim, com certeza, é a coisa certa a se fazer — disse Tisket, começando a andar ansiosa pelo escritório. — É impossível que esteja no lugar exato onde eu acho que ele deveria estar, é óbvio que não está aqui.
Ranveig fez uma careta, mas ao invés de concordar com Maarika, guardou seu machado de volta ao coldre na cintura e começou a procurar pela sala.
— Minha senhora, Tisket parece ter alguma razão. Algo parece fora do lugar.
— Eu disse isso? Eu não falei nada — disse Tisket. Ela colocou as mãos na parede em frente à mesa do Barão, na parede oposta ao duto por onde entrou, e começou a movê-las ao longo da pintura texturizada, seu rosto astuto cheio de concentração. A parede começou a oscilar sob suas mãos, então uma porta de vidro e mogno apareceu.
Tisket abriu a porta, e os três olharam para dentro. A sala parecia um banheiro executivo, com pisos de mármore e bancadas, luxuosa mas não ostentosa. Maarika franziu a testa e apertou o fone de ouvido com a palma da mão.
— É apenas um banheiro — disse ela frustrada. — Meu pai possui um igual a este em seu escritório.
— Lady Maarika, eu não acredito que, no entanto, o banheiro de seu pai tenha este suspeito painel elétrico dentro de um armário — disse Ranveig, apontando para outra porta, na extremidade oposta do banheiro. Mesmo olhando diretamente para ela, Tisket ainda tinha dificuldades em realmente ver a porta.
— Vocês encontraram o cofre? — Gibraltar perguntou através de seus comunicadores — Espero que sim. Os sensores de movimento que colocamos nos dois andares de baixo simplesmente enlouqueceram. Eu acho que vocês estão prestes a ter companhia.
— Minha senhora, você e Tisket cuidam do cofre, eu avalio a situação e me encarrego da segurança — disse Ranveig, já destravando seu machado e levantando-o com um dos poderosos braços. Suas longas trancas bateram contra as costas enquanto corria para a porta do escritório do Barão.
— Ranveig, mantenha-nos informados sobre os números. Gib, monitore esses sensores de movimento. Se tivermos movimento em outro andar, você me avisa — Dolaidh gritou em seus ouvidos. — Maarika, Tisket, entrem nesse cofre. Estamos chegando ao limite de nossa janela de tempo aqui
Maarika pressionou a mão sobre a segunda porta. Ela imediatamente deslizou pela parede, revelando uma parede prateada e fosca por detrás dela, com um grande painel elétrico contendo um teclado, o que parecia ser um scanner de digitais, e provavelmente algum tipo de dispositivo para receber o sangue dos filhos primogênitos dos inimigos de Sevastyan. Quando passou cuidadosamente a ponta dos dedos sobre o teclado, o rosto de Maarika se iluminou, uma leve luz prateada brilhou ao seu redor, e Tisket ficou tonta perante sua beleza. No corredor fora do escritório do Barão, Ranveig soltou um grito de guerra e sons de batalha começaram a ecoar pela sala.
Enquanto Tisket se recostava contra a parede, Maarika tirou a placa frontal do painel de controle e começou a arrancar fios, cortando-os e unindo-os em várias combinações antes de conectar o grosso pacote de cabos a seu laptop. No corredor, o machado de Ranveig bateu contra o que parecia ser uma armadura com um estalo alto. Tisket ouviu o som de muitos pés enquanto os vassalos de Sevastyan inundavam o corredor para defender a torre contra os intrusos.
— Tenho certeza de que você está indo tão rápido quanto pode — disse Tisket já recuperada para Maarika, que digitava um código branco furiosamente em uma tela negra — Não há qualquer razão para ir mais rápido, quando obviamente está fazendo tudo o que pode.
— Isso é o mais rápido que consigo. Não é igual nos filmes — disse Maarika.
— Tenho certeza que fazer algo mais colorido não ajudaria — disse Tisket.
Maarika torceu o nariz em uma expressão frustrada.
— A beleza não vai fazer ficar mais rápido, Tisk.
— Okay, certo.
No salão, Ranveig gritou: “Pela honra da minha senhora Maarika, você não deve violar esse limiar, seus pusilânimes lacaios de Varich! “
— Uai — disse Tisket, de forma tola — Ela está tendo tempo para ler o dicionário. A luta deve estar indo muito bem.
— Ranveig disse pusilânime? — Gibraltar perguntou no comunicador.
— Sim, Gib — Maarika suspirou, digitando mais rápido.
— Nunca é um bom sinal quando ela começa a ficar erudita — disse Gibraltar.
— Estamos a 10 minutos e contando, Maarika— disse Dolaidh.
— Eu sei, eu sei — disse Maarika — Eu estou indo tão rápido quanto eu... Beleza! Estou dentro!
A porta do cofre soltou um silvo e depois deslizou pela parede enquanto jatos de fumaça saíam do espaço recém-aberto. Maarika e Tisket ficaram à frente da entrada, olhando através da neblina. Elas podiam ver a parte superior dos armários e arquivos.
— Alerta de segurança — uma voz suave disse — Por favor, identifiquem-se.
— Isso é o sistema de segurança? — Gibraltar perguntou — Eu achei que você tivesse hackeado ele.
— Eu fiz isso. Este é um… sistema de segurança secundário, eu suponho — disse Maarika.
À medida que a neblina se dissipou, Maarika e Tisket encontraram-se frente a frente com um enorme gato dourado e alado. Estava sentado com suas enormes patas dianteiras estendidas, uma cruzada sobre a outra. O corpo do gato possuía a cabeça de uma mulher de fulva, com grandes olhos dourados e cabelos espessos trançados ao lado do rosto.
— É uma esfinge — disse Maarika.
— Bem, hackeia ela! — disse Gibraltar — Estamos ficando sem tempo.
— Mas é uma esfinge — disse Maarika — Eu não posso hackear uma esfinge!
— Iniciando sequência de enigmas — disse a esfinge, piscando lentamente os olhos.
— Nossa! Tudo está uma beleza, tudo está tão bem — disse Tisket.
A esfinge desdobrou as patas e falou:
— Quanto mais os dá, mais você os deixa para trás. O que são?
— Esta não é minha especialidade — disse Maarika. — Uh, sopros? Não. Tempo? Mais botas ecoaram pelo corredor, e o belo rosto de Maarika se iluminou. — Passos!
— Código de segurança um aceito — disse a esfinge — O que desaparece no momento em que você diz seu nome?
— O silêncio! — Maarika respondeu imediatamente.
A esfinge ergueu uma pata e a dobrou para mostrar brevemente suas garras.
— Um homem salta de uma ponte. De que cor é a ponte?
— O quê? — perguntou Maarika — Que tipo de enigma é esse?
— Seis minutos — disse Dolaidh.
Do lado de fora, Ranveig soltou um rugido de dor e raiva.
— Ranveig? — Disse Maarika, afastando-se da esfinge e puxando o microfone do fone de ouvido, para frente da boca.
— Código incorreto — disse a esfinge — Um homem salta de uma ponte. De que cor é a ponte?
— Dolaidh! Não temos tempo para isso —gritou Maarika para o microfone - Precisamos ajudar Ranveig e sair daqui.
— Não! — Respondeu Dolaidh, com raiva — Nós não vamos sair até o trabalho estar terminado. Este é o acordo. Esse é o juramento que todos nós fizemos, uns aos outros!
— Não ao preço de nossas vidas — disse Maarika.
— Um homem salta de uma ponte. De que cor é a ponte? — Repetiu a esfinge.
— Da mesma cor que era antes dele pular! — Tisket respondeu para a esfinge.
A esfinge sorriu.
— Código final aceito. Dizendo isso, a quimera dourada saiu da frente da entrada do cofre, deitando-se como uma bola de pelos em um dos cantos da sala e fechando os olhos.
Maarika e Tisket entraram no cofre, puxando os arquivos abertos e abrindo as caixas-arquivo em busca do que queriam. Depois de alguns momentos, um pequeno estojo branco saltou de dentro de uma caixa-arquivo. Maarika o pegou e leu o rótulo escrito a mão: Xelim de Carvalho - Colônia da Baía de Massachusetts - 1652.
— Nós o pegamos — disse Maarika.
— Então, saiam daí — disse Dolaidh —Peguem Ranveig e saiam. Estaremos na frente, esperando vocês.
Antes que Maarika e Tisket pudessem sair do cofre, o estojo começou a vibrar. Maarika olhou para Tisket assustada. Tisket arrancou a caixa das mãos de Maarika e o abriu. Dentro, em vez do xelim que Dolaidh as enviou para pegar, Tisket encontrou um telefone fino, vibrando e piscando com uma ligação. Ela colocou o telefone na orelha.
— Quem é? — Disse Tisket ao telefone.
— Zdravstvuyte — disse a voz do Barão Sevastyan —Coloque o telefone na outra orelha. Desejo que seu chefe me ouça.
— Eu estou na lista de bloqueados — disse Tisket, mudando o telefone para a outra orelha.
— Dolaidh, você pode me ouvir? — Sevastyan perguntou.
— Eu posso te ouvir — disse Dolaidh.
— Estou tentando rastrear a chamada, Tisket, apenas mantenha-o falando — murmurou Gibraltar — Se eu conseguir usar o programa de Maarika para triangular o sinal...
— Dolaidh pede desculpas, mas não fala com canalhas — disse Tisket ao telefone.
— Oh, inteligente, muito inteligente — disse Sevastyan — Você deve ser a Pooka. Encantadora. Agora, Dolaidh, eu preciso que você ouça com muita atenção. Você está ouvindo?
Dolaidh pareceu tímido quando respondeu. — Diga-lhe que estou ouvindo.
— Mantenha-o falando, Tisk. Apenas continue falando — disse Gibraltar. — Eu quase o peguei.
— Ele respondeu: “Eca, como queira” — disse Tisket.
Sevastyan gargalhou. Era desagradável e fez Tisket se arrepiar. — Dolaidh, Dolaidh, Dolaidh — disse ele, com um tom de desaprovação — Eu sabia que você estava vindo atrás da moeda. Tenho observado seu grupo desde o incidente no Instituto de Arte em São Francisco há dois anos. Eu assisti a todos os vídeos da segurança. Até tive o prazer de assistir aquele pequeno trabalho no antiquário em Bangor ao vivo através das câmeras de vigilância. Foi um excelente trabalho lá.
Ranveig gritou de novo, seguido imediatamente por uma sequência rápida de barulhos de golpes e colisões. Maarika ainda estava dentro do cofre, observando o telefone nas mãos de Tisket com um olhar crescente de horror. Tisket sentiu um estranho arrepio elétrico, então a porta do cofre começou a se fechar. Ela jogou seu corpo pulando para fora, afastando-se da porta e entrando no banheiro, deixando o telefone cair no chão. Quando o telefone bateu no mármore, o viva voz ligou, e a voz de Sevastyan encheu a sala.
— Aconteceu tudo como eu havia previsto, meu Clurichaun znakomyj ganancioso — disse o Barão. — Eu descobri o que você queria, como você agia e preparei esta cena apenas para prender sua mixórdia aqui. Zhanna trabalhou muito no cofre. Você não deveria ter levado meu Dólar de 1800 com o Busto Drapeado, Dolaidh. Eu gostava muito daquela moeda. Eu a ganhei no Preakness Stakes faz muitos anos. Além disso, o busto no anverso se parece muito com minha irmã, e eu tenho um grande carinho pela minha irmã.
— Diga-lhe que devolveremos a moeda — Gibraltar disse na orelha de Tisket, suas palavras cortadas pelo grito imediato de Dolaidh. “Não! “
— Neste exato momento, Dama Amici e meus vassalos colocaram sua Troll no elevador. Você pode ter sua Pooka de volta, também, mas minha irmã e eu acreditamos que devemos ficar com a Eiluned como uma compensação. Do svidaniya.
Os gritos simultâneos de Tisket e Gibraltar não obtiveram uma resposta. A tela do telefone estava escura, a chamada havia terminado. Tisket frustrada pisou nele, pisoteando o telefone repetidamente até os fragmentos de vidro parecer purpurina sobre o chão de mármore.
— Tisk, saia daí— disse Gibraltar — Pegue o elevador com Ranveig. Eu vou encontrá-las no saguão. Vamos resolver isso. Apenas mexa-se, Tisket. Você tem que sair daí.
— Isto é exatamente o que eu queria fazer da minha vida! — Disse Tisket com raiva. Ela enxugou as lágrimas nos olhos com a parte de trás de uma das mãos, depois se transformou em arminho, atravessando os corpos caídos no corredor até o elevador. Ela saltou para apertar o botão com as patas da frente e então pulou dentro do elevador assim que abriu, repetindo o mesmo movimento com o botão térreo. Ranveig estava caída contra a parede do elevador, sangrando e ferida. Tisket transformou-se de volta para seu Aspecto Mortal, e pressionou dois dedos contra o pescoço de Ranveig para confirmar que ela ainda tinha pulso, enquanto Gibraltar continuava suas instruções frenéticas nos ouvidos de Tisket.
— Qual é a sua próxima grande ideia, Dolaidh? Exigiu Tisket enquanto o elevador rapidamente descia para o térreo —Eu tenho certeza que você tem um plano brilhante para tirar Maarika disso. Você sempre tem planos tão brilhantes.
— Eu vou pensar em um, Tisket. Eu juro para você, vou arrumar um jeito.
Quando as portas do elevador se abriram Gibraltar já estava esperando para ajudar Tisket a arrastar Ranveig para fora do elevador em direção a saída. Tisket olhou para Gibraltar sob os ombros caídos de Ranveig. Ela apertou os dentes e ajudou a erguer Ranveig.
— Eu acredito em você, Dolaidh — disse Tisket — Boto toda a fé do mundo em você.
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