E havia jardins, com suas correntes serpentinas,
Onde floriam muitas arvores de incenso;
E havia florestas com a idade das colinas,
Rodeando manchas fulgidas de verde intenso.
Mas oh! A romântica ravina que descia
Sob um manto de cedro o morro verdejante!
Um selvagem lugar! Com toda a aura e a magia
De ermo onde, a luz da lua minguante, rondaria
Mulher gemendo pelo seu demônio-amante!
(...) Aos olhos dos que houvessem me escutado
(...) E todos gritariam: Ai Cuidado
— Samuel Taylor Coleridge, Kubla Khan, ou uma visão em sonho
Apesar de pertencerem ao Sonhar, os changelings foram banidos de sua terra natal. Arcádia encontra-se além de seu alcance, devido tanto ao fechamento de todos os portais e caminhos que levavam a esse reino (pelo menos aqueles do lado da Terra) quanto à Banalidade que os changelings assumem ao utilizar corpos mortais para proteger sua essência feérica das frias ondas da descrença. Como a Banalidade representa uma ameaça constante a sua essência física, os changelings têm grande necessidade de lugares nos quais se refugiar. Eles também precisam de um descanso mental em relação aos rigores do mundo material que ameaçam destruir suas personalidades. Eles precisam de um lugar ligado ao Sonhar, um local que lhes permita ser o que realmente são sem a necessidade de se esconder atrás das máscaras humanas que eles usam em público. Os changelings que não têm um refúgio próprio muitas vezes encontram ao menos um abrigo temporário e um pouco de companhia em vários santuários.
Existem muitos desses lugares (apesar de seu número ter se reduzido depois da Fragmentação) e todos encerram algum Glamour. Em relação ao resto do mundo material, seus vínculos com o Sonhar são mais fortes, e eles conservam muito mais aspectos quiméricos que outras paragens não tão “mágicas”.