Contemplamos a natureza exuberante de beleza e de prosperidade, e notamos muitas vezes uma superabundância de alimentação; (...) não nos lembramos sempre que, se há superabundância de alimentação em certas épocas, o mesmo se não dá em todas as estações do ano.
— Charles Darwin, A Origem das Espécies
Os Pooka enfrentam o inverno de sua existência. Enquanto o hálito gelado da Banalidade envia calafrios aos seus corações e enrijece sua criatividade como um reumatismo mental, os Pooka lutam para sobreviver. Alguns acumulam freneticamente seu sustento, o Glamour que os alimenta e que os manterá durante o Longo Inverno. Outros preparam suas tocas para a hibernação, na esperança de que, quando a Primavera voltar, eles despertem e se levantem novamente para continuar o ciclo. Alguns morrerão. Mas será que algum vai resistir? A Idade do Gelo do Pleistoceno destruiu inúmeras criaturas fantásticas. Muitos historiadores mortais culpam este tempo frio e escuro pela extinção de algumas das espécies mais gloriosas que já existiram na Terra. Desta vez, as geleiras que avançam ameaçam de forma mais insidiosa e malévola. Alguém vai sobreviver?
Milorde e Milady,
Atendendo ao vosso pedido, reuni os numerosos relatos da história dos Pooka. Apesar de muitos relatos variados, eu sintetizei o que acredito ser a história mais (ouso usar a palavra?) verdadeira e provável e agora a envio a vocês e aos outros membros da Estimada Sociedade de Vigilantes dos Pooka para vossa leitura... Eu apenas espero que isso possa servir, de certa forma, para familiarizá-los com os principais tópicos dos mitos sobre os Pooka e a história de suas origens. Por favor, lembre-se, no entanto, que minhas fontes para a maioria desses relatos são os próprios Pooka e todos nós sabemos a tendência do Kith para a prevaricação. Por exemplo, os Pooka afirmam que já existiam nas Américas e conviviam com os Nunnehi muito antes da Separação, mas nenhum Nunnehi jamais afirmou que seus espíritos animais amigos eram Pooka citando fontes bem diferentes para seus espíritos totem e outros companheiros animais. Portanto, meus mais nobres patronos, peço-vos para considerarem essas afirmações, mas aceitem-nas como se tivessem uma pitada de sal, por assim dizer... Ou melhor, talvez como se tivessem toda uma salina!