Um homem em sua jornada entre um lugar e outro faz uma parada num terceiro lugar, sem nome, caráter, população ou importância; ele vê um unicórnio cruzar seu caminho e sumir. Isso por si só, e espantoso, mas ha precedentes para encontros místicos de diferentes espécies ou, para ser menos extremo, uma variedade de argumentos para atribuir o fenômeno à fantasia; ate que, "Meu Deus", diz um segundo homem, devo estar sonhando, pensei ter visto um unicórnio.
— Tom Stoppard, Rosencrantz e Guildenstern estão mortos
Nascidas de uma mescla de Banalidade e antigas proteções erigidas pelas fadas para se ocultarem dos olhos e das mentes dos mortais, as Brumas são a maior barreira (perdendo somente para a própria Banalidade) entre os Kithain e o Sonhar. Por terem se tornado parte do mundo dos mortais, todos os changelings são afligidos pelo esquecimento provocado pelas Brumas. Essas nuvens de desencantamento e vertigem privam a maioria dos changelings de suas lembranças de Arcádia e de suas vidas passadas e chegam mesmo a evitar que eles se lembrem de suas verdadeiras identidades.
A menos que se esforcem para conservar Glamour suficiente e evitar os efeitos das Brumas, os changelings rapidamente se degeneram em suas formas mortais, perdendo não só a prova física de suas naturezas feéricas como também as lembranças de que foram um dia algo além de meros seres humanos. Esse estado de amnésia parcial deixa um vazio nas mentes dos changelings afligidos, um nada que anseia por ser preenchido, o que leva muitos deles a procurar desesperadamente essa coisa que lhes falta. Para eles, a jornada de autoconhecimento do herói se repete várias vezes, quase como um sonho recorrente ou, em alguns casos, um pesadelo.
Às vezes, as Brumas se desfazem e revelam vislumbres do passado de um changeling. Isso geralmente ocorre em sonhos, pois os sonhos das fadas são, de fato, raros momentos de contato com o Sonhar. Muito de vez em quando, um changeling lembra algo de sua vida em Arcádia ou uma pequena informação sobre uma de suas reencarnações. No entanto, muitas vezes a cortina se fecha, e a memória onírica se dissipa sob o olhar cruel da Banalidade.
As Brumas sempre ocultam dos olhos dos mortais o Sonhar ou qualquer coisa a ele relacionada. A Banalidade inerente a muitos seres humanos os impede de enxergar qualquer coisa que exista fora dos parâmetros normais de sua visão de mundo. Eles não acreditam naquilo que não veem, ou então encontram alguma explicação racional para o fenômeno, como uma alucinação momentânea ou uma “ilusão de óptica”. A menos que tenham sido deliberadamente encantados, os mortais permanecem envoltos em suas reconfortantes camadas de realidade, lógica e ceticismo.