“Você tem o mesmo que todos os outros: uma vida, nem mais, nem menos.”
— Neil Gaiman, Sandman: Vidas breves
Antes da Fragmentação, as fadas que moravam na Terra e em Arcádia eram imortais, e suas naturezas faziam parte de um mundo de eterna primavera e magia. Os sonhos da humanidade criavam e sustentavam todos os Kithain, tornando-os tão imunes à passagem do tempo quanto qualquer pensamento ou sonho.
Com o advento da Fragmentação que separou o Sonhar do mundo humano, os changelings plebeus foram forçados a procurar em aspectos mortais abrigo contra as frias garras da Banalidade. A nobreza das fadas se retirou para Arcádia e selou os portais ao passar, mas a maioria dos Kithain remanescentes sobreviveu no interior de conchas mortais, apesar de suas lembranças do reino das fadas terem sido obscurecidas pela Banalidade e boa parte do conhecimento sobre Arcádia e o Sonhar ter se perdido.
Os plebeus viram suas naturezas imortais atadas às vidas de seus substitutos mortais. Quando suas identidades mortais envelheciam e morriam, os espíritos feéricos eram passados a outros mortais num ciclo de renascimento que continua até os dias de hoje. Suas vidas mortais eram transitórias, mas suas naturezas feéricas sobreviviam, aguardando e esperando um sinal, uma oportunidade de restabelecer contato com Arcádia e com o Sonhar.
Com o Ressurgimento, um veranico se insinuou no outono dos plebeus. Uma maré de Glamour restaurou a antiga glória de boa parte dos velhos Trods e das esquecidas Propriedades Livres, além de despertar as verdadeiras naturezas de muitas fadas adormecidas, O Ressurgimento também trouxe de volta à Terra muitos nobres Sidhe exilados e concedeu-lhes, como parte de sua punição, Aspectos Mortais semelhantes àqueles dos plebeus. A maioria dos plebeus já aceitou sua sina de fadas imortais aprisionadas no ciclo da vida mortal, mas os Sidhe ainda se apegam ao sonho da imortalidade e da recuperação de Arcádia.