A Crisálida

O que? O que vocês realmente sabem sobre a Crisálida? (... Algum tempo despois, depois de três horas de conversas e resmungos...). Agora, antes de ser interrompido, eu estava citando as inúmeras causas da Crisálida e as experiências que muitos Kithain experimentam antes de chegar à Consignação.

Há muitas “coisas” aí fora que consideram os changelings como aperitivos deliciosos ou, pior ainda, escravos excelentes. Um changeling não pode expor sua verdadeira natureza ao mundo frio e banal. Como qualquer animal em um ambiente hostil (seja natural ou sobrenatural), precisamos de uma pequena “camuflagem” para sobreviver. A Crisálida é uma forma de manter nossa sanidade enquanto aprendemos o que precisamos saber para sobreviver neste mundo.

Na natureza, há uma razão para tudo. As baleias têm a termoregulação para não congelarem embaixo d'água; o salmão coloca seus ovos no local de seu nascimento, para que seus filhotes não acabem na boca de seus predadores; os Sidhe têm sua aparência atraente para governar aos demais... e os changelings experimentam a Crisálida como uma forma de reconhecer, expressar e compreender suas duas naturezas, assim como viver em um mundo que nega sua existência. Nem todos os changeling experimentam a mesma provação; alguns novatos experimentam uma Crisálida gentil. Eu ouvi histórias sobre um Redcap novato que descobriu sua natureza changeling devorando cinco maços de cartas da Black Dog Games com uma mordida... mas isso é outra história. Alguns nunca conseguem superar este doloroso primeiro passo em direção ao estágio de realização pessoal. Eles são aqueles changeling que ou recuam para seus estados banais e mundanos ou abraçam a Banalidade e se tornam Dauntain. Graças a Deus que seu número é pequeno! Outros experimentarão uma leve Crisálida e a rejeitarão (ou nunca serão descobertos por outros Kithain), retornando a seus estados mundanos apenas para reviver uma Crisálida maior muito mais tarde.

Na maioria dos Kithain, a mente humana oprime o espírito changeling entre os seis e os oito anos de idade (se ele ainda não emergiu). As crianças param de falar com seus amigos imaginários e começam a prestar mais atenção ao mundo mundano. Elas aprendem que o mundo é redondo, dragões não existem e que elfos e anões são bons para desenhos animados nas manhãs de sábado, mas não como confidentes. A pressão sufocante deste mundo é demais para o espírito changeling, e ele vira as costas para o Sonhar. Durante esse tempo, a alma Kithain se protege do mundo banal envolvendo-se em um casulo de Glamour. Essa proteção dura até um momento futuro na vida do changeling.

Eventualmente, a alma Kithain começa a se desfazer de sua casca exterior, chata e banal. Uma alma Kithain sente certas mudanças no ambiente e reage a elas emergindo de sua casca protetora. Ninguém realmente sabe ou se lembra exatamente do por que ou quando a alma Kithain decidiu escapar de sua concha. Mesmo os Sidhe que são mais novos do que a maioria de nós, perdem as lembranças de tudo até da Crisálida. Os Sidhe também não “convivem” com suas metades mortais, mas sim “substituem” a alma mortal pela deles próprios. Roubo, você disse? Bem, não deixe um Sidhe te ouvir dizendo isso... Além disso, os Sidhe não retornam a este mundo como os plebeus fazem. Uma vez que morrem, esse é o fim, pelo menos até onde sabemos.

Com exceção dos Sidhe, e mesmo com alguns deles, existem certas fases físicas e psicológicas que ocorrem antes de uma Crisálida