Embalagens e balões de cores vivas dançam ao vento, rolam pela rua. Bonecas pálidas e morenas marcham no compasso de uma musica inaudível e entram em suas casas de inúmeras janelas. Vibrantes besouros de metal manobram em elaborados rituais e exalam alegres baforadas. Um velho sátiro perscruta a esquina e ri dos cintilantes flocos de neve que caem mansamente a sua volta. Os sonhos ganham forma, nascidos das esperanças e dos temores. Dragões de olhos ávidos pairam nos ares, na vigorosa brisa invernal, atentos às moedas brilhantes que as pessoas deixam cair na escuridão lá em baixo. Um artista, inspirado pela neve fresca, põe-se a pintar uma cena de antigas torres coroadas de neve em meio a uma terra de fantástica beleza. Acuada contra a parede pelo medo, uma criança inventa um predador imaginário que espreita e assusta, sempre na iminência de atacar. As crianças dançam alegremente na neve, compartilham seus trenós, deslizam velozmente por colinas íngremes, e seus gritos de alegria ecoam parque afora. A metrópole dos changelings no inverno. Semelhante ao resto do Mundo das trevas, porem diferente, é um pouco mais brilhante, um pouco mais colorida, mas, às vezes, não menos assustadora.