Esconder-se bem à vista dos mortais é um antigo costume das fadas, mesmo antes de algo assim se tornar necessário. Para se divertirem, as fadas ocasionalmente trocavam de lugar com os mortais e assumiam a aparência de bebês ou crianças humanas transportando para Arcádia os indivíduos substituídos) a fim de experimentarem a vida da carne. Essas crianças, porém, eram diferentes das crianças normais, e alguns seres humanos muito astutamente as reconheciam como “changelings”.
Mais tarde, quando a Fragmentação ameaçou a continuidade da existência dos plebeus que ficaram no mundo após a partida dos Sidhe, essas fadas engenhosas perceberam que sua melhor chance de sobrevivência estava numa variação da antiga tradição de se “trocar” com os seres humanos. Ao entrar nos corpos de crianças ainda não nascidas, os plebeus eram capazes de começar suas vidas como bebês humanos e habituar-se aos estragos da Banalidade até que suas identidades feéricas fossem fortes o suficiente para induzir a Crisálida. E foi assim que nasceu o Caminho dos Changelings. A maioria dos plebeus e uns poucos Sidhe (principalmente os da Casa Scathach) reencarnam em sucessivas gerações de famílias humanas, geralmente aquelas com sangue feérico.
A desvantagem de colocar um espírito de fada num casulo de carne está no esquecimento que acompanha o processo. Todos os changelings perdem a lembrança de suas verdadeiras identidades quando assumem aspectos mortais. Até passar pela Crisálida, o changeling agirá inteiramente como um ser humano e acreditará não ser nada além disso. Ocasionalmente, os mortais que hospedam espíritos feéricos se acham tão envolvidos pela Banalidade que nunca descobrem suas verdadeiras naturezas. Suas histórias jamais contadas permanecem para sempre encobertas pelas Brumas entre os dois mundos.