A Eclosão foi um pequeno primeiro passo; o grande salto é a Crisálida, ou a Dança Onírica. O changeling se torna, pela primeira vez, consciente de si mesmo. Os últimos elementos de seu mundo mortal são eliminados conforme a alma feérica se revela. A transformação é bastante dramática; apenas o mais banal dos humanos deixa de notar que algo de estranho está acontecendo. Um changeling passando pela Crisálida percebe pela primeira vez o Sonhar por completo. O choque resultante deste conhecimento cria uma ponte temporária entre o changeling e o Sonhar Próximo. Alguns videntes sugerem que um changeling passando pela Crisálida perto de um Trod poderia na verdade atuar como uma “catapulta” para impulsionar um conjurador de Ofício Onírico para muito perto de Arcádia. É uma teoria interessante afinal já houve casos de mortais e fadas que “escorregaram” para o Sonhar Próximo durante uma Crisálida, mas os poucos videntes tolos que tentaram usar uma Crisálida para se catapultar para o Sonhar nunca foram mais vistos, nem dentro nem fora do Sonhar.
Entretanto, este caminho entre o changeling e o Sonhar é de mão dupla: quimeras que foram atraídas para o changeling, assim como Nervosae criadas pelo próprio changeling, podem aparecer neste poderoso evento. A Banalidade de todas as pessoas na área ao redor é reduzida. Durante dias especiais (luas cheias, feriados Kithain ou eventos astrológicos), a Banalidade pode se tornar ainda mais baixa e as quimeras podem correr soltas pelas ruas. Diz-se que as celebrações do Mardi Gras em Nova Orleans e em Paris são frequentemente acompanhadas por changelings passando pela Crisálida.
A Crisálida também afeta o ambiente físico. Geralmente, o local do evento tende a assumir a aparência do Sonhar Próximo, mas nem sempre esse é o caso. O estado de espírito do changeling passando pela Crisálida é importante. Uma Crisálida que passou a vida como filho de um militar, mudando de uma base para outra, pode reinventar seus arredores como barracões muito juntos sem características que se sobressaem com faixas de padrões vermelhos, brancos e azuis flutuando no ar. Um executivo de publicidade pode, de repente, invocar vários vaqueiros grandes e fortes tirados de um comercial de Marlboro junto com cavalos, pradarias e fileiras de cigarros verticais gigantes. A Dança Onírica não precisa ser tão literal. As possibilidades são infinitas: gafanhotos com cabeças humanas, minúsculos carros assassinos ou qualquer outra coisa que se possa imaginar ou além.
Independente da forma que assuma, a Dança Onírica é imediatamente precedida por uma “onda” psíquica de Glamour, que afeta tudo e todos. Os intrépidos membros da Ordem devem agir rapidamente, pois o pandemônio se espalhará depois que a onda for sentida. A última coisa que você quer fazer com um Dançarino Onírico é tocá-lo ou assustá-lo de alguma forma. É necessária uma abordagem cuidadosa e cautelosa. Qualquer coisa que assuste o Dançarino Onírico pode desencadear uma avalanche de Glamour. Palavras amáveis e garantias silenciosas afirmando seu desejo de ajudar são a melhor maneira de se comunicar com um Kithain passando pela Crisálida.
Finalmente, e o mais importante, tenha cuidado ao usar truques. O Glamour corre solto durante estes momentos, e o changeling em Crisálida frequentemente lança ataques descontrolados muito além do poder que teria em circunstâncias normais. Até mesmo seus próprios truques podem enlouquecer, se recusar a funcionar ou se voltar contra você!
A Dança Onírica diminui no momento em que o changeling aceita sua identidade e se acalma. Neste ponto, ele pode ajudar no controle das quimeras que criou (e se ele não fizer isso, podemos sugerir que ele seja um Unseelie), e as coisas começam a se acalmar. Ok, pessoal, parem; O Mardi Gras acabou, voltem a dormir: é o que geralmente acontece. Os Burgueses correm para suas casas, trancam as portas, se escondem em suas camas ou armários, e pela manhã, as Brumas embaçam seus cérebros, e eles esquecem de todo o caos da noite anterior.