E assim expira o mundo
E assim expira o mundo
E assim expira o mundo
Não em estouro, mas sussurro.
— T.S. Elliot, “Os Homens Ocos”
O Mundo das Trevas que traz tanta tristeza à raça feérica nem sempre foi tão vazio. Outrora o mundo teve a energia da primavera. A alma da Terra era viva, e a possibilidade mágica era levada nas brisas. A primavera do mundo foi chamada de Era Mítica, um tempo em que a magia e os mitos eram reais. Os praticantes de magia cuidavam da humanidade, e as fadas praticavam suas mágicas abertamente. O povo feérico andava junto aos Trods entre a Tellurian e Arcádia com impunidade. Os lugares mágicos no mundo continham energia, permitindo às fadas emergir em reinos onde a fantasia torna-se real. Os feudos dos Kithain medievais foram tão reais como um brilhante raio de sol e tão cheios de vida como um aroma fragrante de flores.
Assim como a primavera deu lugar ao verão, a influência ardente da Razão desceu sobre o mundo. A Era da Razão trouxe a controvérsia de filosofias conflitantes. Um mundo de possibilidades ilimitadas tinha uma desvantagem inerente. Se qualquer coisa é possível, a perda desse potencial é uma possibilidade. Visionários que ousaram buscar os limites da realidade provaram diferentes visões do que o mundo poderia ser. A estática limitante da razão separou o Glamour mágico das realidades existenciais.
Conforme o cisma entre realidade e fantasia tornava-se maior, o Verão tornou-se Outono. As fadas sentiram a magia falecendo no mundo. Criaturas míticas, famintas pela energia que alimentava a magia, retiraram-se para lugares escondidos da Terra ou sucumbiram gentilmente à não-existência. Outras criaturas, criaturas da noite, simpatizaram com o levantar das trevas e manipularam-na para seus próprios fins. Enquanto o poder feérico sumia, a força da melancolia e a miséria dos Inquietos e dos Amaldiçoados reformavam o mundo.
Agora, durante o Outono, o poder do Sonhar foi esquecido e o Glamour dos changelings é negado pela lógica vazia que invade tudo. Ciência define os limites da realidade. Realismo é a ordem do dia. Mesmo sem as forças do sobrenatural, a realidade é reforçada pelas instituições e credos que nos ensinam que a criatividade não é prática e a sobrevivência requer que abandonemos nossas esperanças e sonhos.
O Inverno está próximo. As sombras se tornam maiores e as pessoas ficam cada vez mais frias. As fadas se amontoam ao redor das lumeeiras em suas propriedades livres, reunindo suas próprias tropas. Os Seelie mantém o espírito vivo ao compartilhar coleguismo, oferecendo hospitalidade e espalhando ânimo. Os Unseelie observam atentamente através das janelas a iminente melancolia enquanto caem em introspecção e alegram-se por já ter conquistado uma noite mais escura explorando a profundidade desalmada de seus corações perversos. As fadas estão longe de estarem despreparadas, pois elas podem ver o mover das estações pelo o que ele é.
Os Kithain são esperançosos enquanto se preparam para batalha. A mística dos truques é sua arma de guerra. Eles fogem das paredes confinantes dos escritórios e escolas para perambular em busca de aventura. eles elevam suas vozes em canções e baladas, cantando um mundo ideal onde amor é verdadeiro, justiça é certa e beleza está em toda a parte. Para um changeling, acomodar-se em isolação e praguejar o destino do mundo soa ridículo. Os Seelie dançam à luz do sol, os Unseelie se enfurecem nas tempestades, e se as fadas trabalharem suas mágicas direito, as pessoas ao redor podem, com um pouco de esforço, quebrar as linhas da Banalidade que as manipulam.
Buscar alegria e manter a esperança; isso mantém nossas crianças interiores vivas. Cale as vozes do Povo Outonal. Aqueça-se com o fogo da sua imaginação e veja o Povo Outonal pelo que realmente são.