O Pombero é um membro típico dos pequenos povos trapaceiros. Chamado originalmente de Karai Pyhare (o homem da noite) no idioma guarani, em algumas partes da Argentina eles são conhecidos como Señor de la noche. O Pombero se encaixa perfeitamente na categoria dos Kiths trapaceiros que podem ser úteis, mas que geralmente são nocivos, e podem ser apaziguados com ofertas. Eles estão entre as criaturas folclóricas mais difundidas entre as culturas de língua guarani, e até hoje muitos deixam presentes (como cachaça e cigarros) para o Pombero da noite.
A maioria dos Pomberos vive em áreas rurais, particularmente em florestas próximas a povoados humanos, e ocasionalmente em casas abandonadas. São vistos principalmente como ladrões e arruaceiros inofensivos, mas facilmente podem se meter em encrencas, pois podem se tornar invisíveis, mover-se com uma furtividade sobrenatural, espremer-se através de espaços extremamente estreitos, além de outras façanhas semelhantes. No entanto, também é dito que eles protegem as aves das crianças que as caçam com estilingues, dos caçadores clandestinos e demais pessoas que as querem prejudicar, por isso eles também têm um lado protetor. Além disso, os Pomberos são conhecidos por imitar os sons de várias criaturas da floresta, e são especialmente hábeis no canto das aves. As ofertas que lhes são deixadas podem persuadi-los a agir como guardiões dos habitantes locais e também de seus lares, animais e bens. Como muitos dos pequenos povos, eles também são noturnos, e assim os sons dos animais que eles imitam são geralmente de criaturas noturnas.
Aparência: Embora as descrições dos Pomberos variem, certos detalhes permanecem constantes: são baixos e feios, com mãos e pés muito peludos; esses pés permitem que eles se movimentem em silêncio quase total. Desde que adotaram o Caminho Duende, eles se tornaram um pouco mais altos, e muitas vezes exibem características faciais exageradas, como olhos salientes, profundos ou desiguais, orelhas e narizes muito grandes, e uma pele grossa. Por serem muito ligados aos pássaros, apresentam alguns traços de aves domésticas como um nariz levemente curvado como um bico, cabelo fino, emplumado, ou mesmo penteado como cristas complexas.
Eles preferem roupas práticas, mas com um toque de charme; um broche ou chapéu ou jaqueta, algo que faz com que eles possam se destacar. Muitos se vestem num estilo que lembra suas aves favoritas, com cores e roupas que reproduzem as suas marcas e cores, e muitas vezes incorporam penas.
Estilo de vida: os Pomberos mesmo quando encontrados na cidade ainda têm uma vocação para o campo, eles vivem normalmente perto de parques ou das periferias da cidade, e podem cuidar de jardins e praças. Eles também se sentem profundamente ligados às aves. Muitos assumem profissões onde podem proteger ou manter-se perto delas; criam pássaros para comercializar ovos ou penas, treinam falcões de caça, gerenciam lojas de animais ou santuários de aves, trabalham como ornitólogos ou em jardins zoológicos. As aves que eles mantêm são sempre mais felizes e saudáveis, pois eles se esforçam muito para protegê-las.
Como muitos trapaceiros, os Pomberos gostam de pequenos luxos; cachaça, cigarros, mel e assim por diante. Eles frequentemente têm um vício inofensivo, como um apetite voraz ou amor por ovos, uma vontade de fumar cigarros ou cachimbo, ou um desejo por licor.
Os Pomberos também são frequentemente associados com o deus Kurupi, deus da sexualidade e da fertilidade. Kurupi é descrito como sendo bem semelhante aos Pomberos, e sempre houve um elemento de luxúria ou paixão nos contos sobre eles. Embora tipicamente feios, os Pomberos, assim como os Sátiros, têm grandes paixões, tanto básicas quanto altivas, e muitas vezes exibem uma grande fome e desejo por comida, sensualidade, ou aprendizagem de artes e ciências de seu interesse, tais como herbalismo, botânica e, claro, ornitologia.
Os Pomberos se dividem de forma quase igual entre o Caminho Duende e o Caminho Changeling. Eles não os diferenciam muito, vendo isso apenas como uma escolha pessoal, nada mais.
Pomberos do Acampamento da Montanha ou Unseelie tendem a ser mais selvagens e agressivos com os outros, mais propensos a viver segundo as suas próprias regras e a punir os transgressores, enquanto os Pomberos Seelie e do Acampamento do Vale vivem mais em paz com os humanos. Muitos ainda tendem a viver à margem da sociedade, incapazes de deixar de lado seus antigos hábitos. Ambos os Acampamentos preferem muito mais a companhia de aves do que de mamíferos, inclusive humanos, mas suas naturezas semelhantes à dos Sátiros podem levá-los a procurar pessoas com quem compartilhem interesses. Os Pooka com afinidade com aves e aqueles Kiths que possuem características de pássaros como os Alicantos às vezes recebem uma simpatia adicional por parte deles.
Pomberos são especialistas em coletar penas e ovos sem incomodar ou prejudicar as aves, e muitas vezes fazem uso disso em suas profissões, vestuário e alimentação. Em muitas partes do Brasil, onde o Carnaval é um feriado importante, eles podem manter um lucrativo comércio de penas, roupas e adereços feitos com elas.
Vistos como criaturas noturnas, os Pomberos preferem a escuridão, mas desde que se uniram aos humanos, eles se acostumaram também com o dia. Na verdade, eles nunca foram apenas noturnos, mas sempre preferiam se esconder e observar durante o dia, agindo à noite quando era mais fácil se esconder e, se fossem avistados, a escuridão ajudaria a ocultá-los.
Os Pomberos também têm a reputação de serem raptores de crianças, mas isso é comum entre muitos fae; na verdade, eles são protetores dos jovens, e podem atraí-los para mostrar-lhes as maravilhas do seu mundo, e os pássaros que são seus amigos, antes de devolvê-los sãos e salvos. Muitas crianças perdidas foram devolvidas por um Pombero que as encontrou, ou que ouviu falar de seu desaparecimento e as localizou, sabendo que suas habilidades na natureza são muito maiores que as dos mortais normais.
Muitos dos poderes clássicos do Pombero vêm das Artes; Chicana permite que eles não sejam vistos, Andanças permite entrar e sair de lugares; curiosamente, eles usam uma forma única de Pórtico que o deixa escapar através de fendas em vez de abrir um portal, embora eles possam criar um portal para outros passarem.
Princípio, Ofício do Firmamento e Andanças são todas muito úteis para os Pomberos. Embora a Arte do Inverno seja rara entre eles por causa do clima quente da região onde habitam, nenhuma Arte é verdadeiramente um tabu; eles são um kith prático que vêem as Artes como ferramentas úteis na maioria das vezes.
Os Pomberos são menos comuns fora da América do Sul, pois são mais poderosos em sua terra natal, mas seguem para onde as aves precisam deles. Com espécies de aves em perigo em grande parte do mundo, nunca se sabe onde um Pombero pode aparecer.
Infantes: Os jovens Pomberos podem ser arruaceiros desordeiros ou sonhadores bem humorados. Muitas vezes eles crescem ao redor de pássaros, e os acham fascinantes mesmo antes do seu despertar. Os Infantes mais velhos mantêm esta tendência, encantando-se com as maravilhas do voo dos pássaros e assumindo com frequência atributos copiados deles em seus hábitos pessoais.
Estouvados: Tendo perdido a inocência das crianças, os Pomberos Estouvados tendem a ter um conjunto limitado de interesses, geralmente seguindo os seus instintos para saciar os seus desejos. Pelo menos um destes interesses sempre se relaciona com aves, enquanto os outros se voltam para os campos do artesanato ou da ciência. No entanto, nunca perdem as suas tendências trapaceiras, especialmente quando estão ofendidos ou espionando alguém que precisa de ajuda.
Rezingões: Os Pomberos mais velhos sabem qual o seu lugar na sua comunidade e região. Eles vigiam os seus territórios e vão defendê-los ferozmente com o fervor de um veterano de guerra. Eles são especialistas em suas áreas, e têm uma compreensão verdadeiramente sobrenatural de seus amigos pássaros, ao ponto de alguns deles deixarem de entender como “esses mamíferos” pensam.
Afinidade: Natureza
Modificador de Habilidade Espiritual: +1
Euforia: A Euforia dos Pomberos envolve normalmente aves, ou atividades ornitológicas, assobiar um canto perfeitamente, voar em um planador, passar várias horas entre um bando de aves. Às vezes, compartilhar isso com outros também ajuda, mas geralmente eles guardam esses prazeres para si.
Desencadear: O canto ou grito dos pássaros, a sensação de garras ou bicos, cores vivas, penas flutuantes e o som de asas batendo são comuns no Desencadear de um Pombero, dependendo do tipo de magia que está fazendo; um feitiço agressivo pode invocar o grito de uma ave de rapina, um truque para fugir de um lugar pode trazer consigo a sensação de um bando de pássaros voando e se dispersando rapidamente.
Sorrateiro - Os Pomberos são mestres na arte da furtividade. Eles possuem um sexto sentido para não serem vistos, sempre encontrando os nichos, as sombras e os recantos certos para se esconderem. Eles não deixam praticamente nenhum sinal, obtendo um bônus de -3 na dificuldade além de 1 sucesso automático adicional em todos os teste de Furtividade. Eles também nunca sofrem falhas críticas em testes de Furtividade.
Bom de Bico — Pomberos podem falar com qualquer espécie de ave, e as aves instintivamente compreendem que eles são amigos. Os Pomberos podem se comunicar e ser compreendidos normalmente, mas também podem imitar qualquer canto ou ruído de pássaros, com um teste de Carisma ou Manipulação + Performance.
Mestres do Movimento — Os Pomberos em suas terras natais ganham um terceiro Direito Inato devido sua forte conexão com os pássaros da região; qualquer truque da Arte Andanças é feito com um bônus de -2 na dificuldade, permitindo que eles saltem grandes distâncias com mais facilidade, tornem-se borrões enevoados, passem através de rachaduras, subam aos céus, e até desapareçam num piscar de olhos. Isto só funciona em terras onde a língua guarani sejam falada com frequência por uma parcela considerável da população.
Parte do Bando — Os Pomberos estão intimamente ligados às aves; ser forçado ou enganado a comer a carne de uma ave, ou ver uma ave em perigo e não agir (ou ser incapaz de agir), dispara um gatilho de Banalidade; curiosamente, eles podem comer ovos sem problemas, desde que não estejam fertilizados. Nenhum Pombero pode resistir a ajudar um pássaro em apuros sem um teste de Força de Vontade com dificuldade 8.
Kauane Ortiz, defensora do falcão-peregrino em Buenos Aires, apresenta suas observações:
Sobre os Boggans — Partilhamos o amor pelo bem-estar das criaturas, mas eles estão muito mais enraizados nisso do que nós. Literalmente.
Sobre os Clurichauns — Eu fui confundida com um algumas vezes por visitantes da cidade. Idiotas.
Sobre os Exus — Este é um dos Kithain mais comuns daqui. Não tenho nada contra eles; lembram os pássaros, em sua necessidade de liberdade.
Sobre os Nockers — Compartilhamos o interesse pelo artesanato, mas os modos deles são totalmente obscenos.
Sobre os Piskies — Eles conseguem me acompanhar quando eu escalo para procurar ninhos, mas tenho que ter cuidado para que eles não levem lembranças embora!
Sobre os Pooka — Eles não são tão homogêneos quanto seus amigos Kithain acreditam, mesmo entre os mamíferos, que são sua maioria. Como eles podem esperar compreender um Pooka iguana ou um Pooka galinha?
Sobre os Redcaps — Estar perto de um deles é um exercício constante de vigília para garantir que tudo, e todos ainda estejam lá.
Sobre os Sátiros — Uma vez passei um fim de semana louco com um desses meninos bodes, e tudo acabou de forma quente e bagunçada. Acho que ele vai estar de novo na cidade na próxima semana.
Sobre os Selkies — Vemos mais Selkies aqui do que a maioria acredita; o mar é uma parte importante da vida para muitos. Eu tenho a sensação de que eles olham para os habitantes da terra da mesma forma que nós olhamos para os mamíferos em geral.
Sobre os Sidhe Arcádicos — Eles se apegam demais às suas torres de porcelana, o que os torna um pouco assustadores quando tenho que entrar em algumas delas para verificar algum poleiro.
Sobre os Sidhe Outonais — Muitos da Casa Liam vieram com os Jesuítas. Eles são um grupo curioso: tão solenes e cheios de dor. Não conheci muitos de outras casas.
Sobre os Sluagh — Você acha que nunca nos reuniríamos, mas temos mais em comum do que você vê; essa é a questão, eles vêem, e nós também.
Sobre os Trolls — Gigantes. Eu nunca tive muito a ver com gigantes. Eles são surpreendentemente silenciosos.
Origem: http://wodcityofangels.com/page.php?163.1
Autor: Wind