Utopia

Utopia. 1. Termo criado por Tomás Morus em sua obra Utopia (1516), significando literalmente “lugar comum” (gr. ou: negação, topos: lugar), para designar uma ilha perfeita onde existiria uma sociedade imaginária na qual todos os cidadãos seriam iguais e viveriam em harmonia. A alegoria de Tomás Morus serviu de contraponto através do qual ele criticou a sociedade de sua época, formulando um ideal político-social inspirado nos princípios do humanismo renascentista.

2. Em um sentido mais amplo, designa todo projeto de uma sociedade ideal perfeita. O termo adquire um sentido pejorativo ao se considerar esse ideal como irrealizável e portanto fantasioso. Por outro lado, possui um sentido positivo quando se defende que esse ideal contém o germe do progresso social e da transformação da sociedade. No período moderno são formuladas várias utopias como as de Campanella e Fourier.  (1)

Utopia. (Do grego ou: não, e topos: lugar). O termo, que significa etimologicamente "nenhum lugar", foi forjado por Thomas More (A Utopia ou Sobre a Melhor Constituição de uma República, 1516) para designar uma cidade "perfeita", mas imaginária, cuja descrição - na qual detectamos lembranças de Platão - serve tanto para criticar a monarquia inglesa e francesa contemporânea, quanto para elaborar o quadro, ao contrário, de uma sociedade: até o ouro é desprezado e vive-se de acordo com uma espécie de comunismo feliz. Desde esse primeiro exemplo, é sintomático que a construção utópica só pode ocorrer numa ilha, ou seja, num espaço ao mesmo tempo isolado e preservado. 

Por extensão, qualquer sociedade quimérica e irrealizável, mas que pode servir de estimulante para o pensamento político (a cidade ideal de Platão, a Cidade do Sol de Campanella, o Falanstério de Fourier, por exemplo. 

Pode-se distinguir, por um lado, a utopia que visa a um sistema político funcionando a partir do modelo de um mecanismo de relojoaria, mas em detrimento do indivíduo e de sua liberdade, e, por outro, a contra-utopia, que também constrói cidades ideais, mas à base do desejo e devaneio. (2)

Utopia. (do gr. u, , partícula negativa e topia, de topos, lugar, o que não está em nenhum lugar). a) Nome que Thomas Morus deu a um país imaginário (a ilha Utopia), em que vivia um povo feliz, graças às leis e aos costumes sábios que presidiam todos os atos e à vida econômica.

b) No fim da Idade Média e no início do Renascimento surgiram inúmeras concepções de vida perfeita; a maioria inspiradas nos costumes e exemplos dos povos nativos americanos. Pejorativamente emprega-se para acusar todo e qualquer ideal político, cuja aplicabilidade é julgada impossível por não corresponder, nem ser adequada à realidade humana.

O exame do que é realmente utópico e do que é tópico é matéria que exige cuidadosa análise, porque muitas utopias tornaram-se realidade, enquanto concepções, consideradas tópicas, não passaram de simples quimeras. (3)


(1) JAPIASSÚ, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 5.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

(2) DUROZOI, G. e ROUSSEL, A. Dicionário de Filosofia. Tradução de Marina Appenzeller. Campinas, SP: Papirus, 1993.

(3) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.