Anarquismo

Anarquia. (do gr. a, privativo, negação e arkhê, poder = ausência de poder). 

Anarquismo. Em epistemologia, a visão cética radical segundo a qual todas as hipóteses, teorias e disciplinas são equivalentes no sentido de que nenhuma delas tem pretensões mais legítimas à verdade do que suas rivais. Assim, o criacionismo seria tão legítimo quanto a biologia evolucionista, e a cura pela fé tanto quanto a medicina. A doutrina simula tolerância mas efetivamente denigre a ciência e tolera a preguiça intelectual e a impostura. (1)  

Anarquismo. a) Em sentido pejorativo, e comumente empregado, é um estado de desordem por ausência de autoridade organizadora.

b) O anarquismo pretende substituir o Estado político pelo Estado social; isto é, pela sociedade organizada sem atribuição de poderes políticos, mas pela mera hierarquia funcional das capacidades e dos interesses humanos, organizados segundo as suas afinidades, mas respeitando o bem comum que deve ser inviolável. Para o anarquismo, a desordem existe na sociedade politicamente organizada, onde a autoridade é de investidura e o poder une-se e serve aos interesses políticos. A verdadeira anarquia é a ordem social eticamente constituída por vontades livres, sem investidura de poder político. A desordem social não surge de uma falta de autoridade social, mas da presença da autoridade política. (2)


(1) BUNGE, M. Dicionário de Filosofia. Tradução de Gita K. Guinsburg. São Paulo: Perspectivas, 2002. (Coleção Big Bang)

(2) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.