Erro

Erro. É o ato pelo qual o espírito julga verdadeiro o que é falso, e reciprocamente.

O problema da natureza do erro participa assim de todas as dificuldades da natureza da verdade. Pergunta-se: quando conhecemos as coisas tão bem quanto o espírito humano pode conhecê-las, as conhecemos tais como são na realidade? Uma coisa é perguntarmos como podem saber se um juízo é falso ou verdadeiro, e outra é perguntarmos que significa essa pergunta -  a de se é falso ou verdadeiro um certo juízo. Muitas vezes se fala em "erros dos sentidos". Mas essa maneira de dizer é defeituosa. Os sentidos limitam-se a dar-nos aparências, e as aparências em si não são verdadeiras nem falsas:  simplesmente existem; o que pode ser verdadeiro ou falso é o juízo que elas nos levaram a afirmar. (1)

Erro. É o assentimento firme da mente no que é falso, julgado porém verdadeiro. O erro pode ser formal, quando o assentimento se dirige a um juízo falso, que é improvável e imprudente. É erro material o do juízo provável e prudente, que a mente põe, fundando-se em aparências e razões verdadeiramente prováveis apenas. A causa do erro se deve em o intelecto estender sua afirmação além do que foi apreendido, movido por influxo da vontade. Vide Percepção, Verdade, Ideias negativas. (2)


(1) GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA E BRASILEIRA. Lisboa/Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia, [s.d. p.]

(2) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.