Arquétipo

Arquétipo. Do grego arché (começo) e typo (modelo) significa modelo ideal, na filosofia idealista (V.idealismo). (1)

Arquétipo. 1. Em Platão, as ideias como protótipos ou modelos ideais das coisas; em Kant, o entendimento divino como modelo eterno das criaturas e como causa da realidade de todas as representações humanas do divino. 

2. A teoria psicanalítica de Jung, valorizando a teoria estoica da alma universal, considerada como lugar de origem das almas individuais, define os arquétipos como imagens ancestrais e simbólicas, desempenhando uma dupla função: a) exprimem-se através dos mitos e lendas que pertencem ao fundo comum da humanidade; b) constituem, em cada indivíduo, ao lado de seu inconsciente pessoal, o inconsciente coletivo que se manifesta nos sonhos, nos delírios e em algumas manifestações artísticas. (2) 

Arquétipos. Os modelos originais cuja natureza determina o modo como as coisas são formadas. Em Platão, as formas são, pelo menos algumas vezes, arquétipos. De acordo com Jung, inconsciente coletivo contém imagens e símbolos arquetípicos. Um éctipo é a impressão ou cópia de uma arquétipo. (3)

Arquétipo. É um modelo (typon) que serve de princípio (arkhé), ou uma forma primordial, de que o real seria cópia. É o caso das ideias, em Platão, ou das estruturas do inconsciente coletivo, em Jung. É como um pensamento antes do pensamento, que lhe serviria de modelo. Mas, se tivéssemos modelos, precisaríamos pensar? (4)

Arquétipo. Modelo ou exemplar originário ou original de uma série qualquer. As ideias de Platão foram consideradas arquétipos, como modelos das coisas sensíveis e, mais frequentemente, as ideias existentes na mente de Deus, como modelos das coisas criadas. Mas Locke empregou a palavra arquétipo para dizer somente modelo; Jung, utilizou-a para designar os modelos originários do inconsciente coletivo. (5)

(1) DUROZOI, G. e ROUSSEL, A. Dicionário de Filosofia. Tradução de Marina Appenzeller. Campinas, SP: Papirus, 1993.

(2) JAPIASSU, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 3.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1996.

(3) BLACKBURN, Simon. Dicionário Oxford de Filosofia. Consultoria da edição brasileira, Danilo Marcondes. Tradução de Desidério Murcho ... et al. Rio de Janeiro: Zahar, 1997.

(4) COMTE-SPONVILLE, André. Dicionário Filosófico. Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

(5) ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1970.