Observação
Observação. Momento fundamental do raciocínio experimental que registra os fenômenos a fim de suscitar uma hipótese ou de enunciar diretamente uma lei, nos casos das ditas ciências de observação, em que a experimentação é impossível. (astronomia)
Distingue-se a observação empírica, que é inteiramente passiva diante do desenrolar dos fatos, da observação científica, cuja complexidade Claude Barnard sublinhou: mesmo livre de ideias preconcebidas, deve ter condições de dar origem a um raciocínio hipotético.
A observação provocada (sinônimo de experiência) verifica a lei. (1)
Observação. Percepção deliberada, como no ouvir e ver por contraste com escutar e olhar respectivamente. Não deve ser confundida com o experimento, que é observação planejada dos efeitos da intervenção ativa do conhecedor na situação concernente.(2)
Observação. a) Observar vem de ob e servo. Servo é pôr atenção a, e neste caso observar é por atenção contra, é fixá-la em algo. Na observação constatam-se os fatos. E distingue-se, para Zimmermann, da experiência, porque nesta há uma intervenção ativa de observação, enquanto naquela há apenas expectativa, constituída pela fixação da atenção sobre alguma coisa.
b) Para Claude Bernard a experiência é uma observação provocada com o fim de controlá-la. (3)
(1) DUROZOI, G. e ROUSSEL, A. Dicionário de Filosofia. Tradução de Marina Appenzeller. Campinas, SP: Papirus, 1993.
(2) BUNGE, M. Dicionário de Filosofia. Tradução de Gita K. Guinsburg. São Paulo: Perspectivas, 2002. (Coleção Big Bang)
(3) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.