Imanência

Imanência. É a característica da atividade que encontra no sujeito onde reside, não só, sem dúvida, todo o princípio ou todo o alimento, ou todo o termo do seu desenvolvimento, mas pelo menos um ponto de partida efetivo e um fim real, qualquer que seja, aliás, aquilo que haja entre as extremidades desta expansão e desta reintegração finais. (1)

Imanência. Caráter do que é imanente a um ser ou a um objeto de pensamento. Nesse sentido, opõe-se à transcendência. É possível por exemplo evocar a imanência da ciência, que explica a natureza sem a intervenção de princípios ou agentes que lhe seriam exteriores. Em metafísica, a imanência designa o fato de o Absoluto (que pode ser Deus) pertencer ao próprio mundo. Desse modo, o "panteísmo" de Spinoza afirma a imanência de Deus na natureza. (2)

Imanência. (do lat. in e manere, permanecer, manar em). a) Caráter do que é imanente, o que existe ou se dá sempre num dado objeto, o que dele não se separa, o que nele permanece, reside de modo permanente, im-mana e per-mana.

b) Na filosofia escolástica, uma causa é imanente quando seus efeitos estão exclusivamente dentro do agente (como o ver, que não modifica o que vê nem o que é visto) em oposição a transiens, causa transitiva, que é a que transita do agente para o efeito.

c) Para Kant o imanente é o que decorre da experiência, como oposto ao não experiencial ou transcendente.

d) Alguns empregam no sentido de presença em oposição à ausência.

e) Para o panteísmo Deus é imanente ao mundo, enquanto para o teísmo Deus é transcendente a ele. Só se poderia admitir sua imanência como presença e atividade, mas ter-se-ia de admitir sua transcendência como essência. Algumas concepções místicas afirmam a mútua imanência entre a divindade e o homem. (3)


(1) LALANDE, A. Vocabulário Técnico e Crítico de Filosofia. Tradução por Fátima Sá Correia et al. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

(2) DUROZOI, G. e ROUSSEL, A. Dicionário de Filosofia. Tradução de Marina Appenzeller. Campinas, SP: Papirus, 1993.

(3) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.