Bárbaro, Barbárie
Bárbaro, barbárie. A origem grega do termo (barbaros) refere-se à falta de humanidade daquele que só usa uma linguagem de pássaro. Tradicionalmente, o bárbaro é aquele que permanece alheio à civilização greco-romana e depois à cultura europeia — e é por isso que tanto Platão quanto Aristóteles admitem que a escravidão é um destino que lhe é favorável.
Esses termos testemunharam por muito tempo o etnocentrismo europeu e a segurança com a qual a mentalidade ocidental considerava sua cultura como a única autêntica. Nessa ética, a barbárie se oporia ao humanismo. Porém, a história moderna provou amplamente que o Ocidente era capaz de comportamentos "desumanos" e portanto "bárbaros" (campos de extermínio, genocídios etc.), no próprio mundo em que a etnologia demonstrava a legitimidade de outras culturas. (1)
(1) DUROZOI, G. e ROUSSEL, A. Dicionário de Filosofia. Tradução de Marina Appenzeller. Campinas, SP: Papirus, 1993.