Nihil Est in Intellectu Quod Prius non Fuerit in Sense

Nihil Est in Intellectu Quod Prius non Fuerit in Sense. Não há nada no intelecto que não estivesse primeiro nos sentidos. O princípio do sensacionismo. Contra-exemplos: Os conceitos de 0, consequência lógica, tempo, relação causal, conhecimento, evolução, passado remoto e divindade. (1)

Nihil est in intellectu quod non prius fuerit in sensu - (lat.) = nada há no intelecto que não tenha primeiramente estado nos sentidos. Máxima de Aristóteles que se transformou na de todos os empiristas, embora fosse ele um empirista-racionalista.

Na gnosiologia, o pensamento de Aristóteles é de que os sentidos são os meios de comunicação de nosso espírito com o meio exterior. Mas estes nos dão o phántasma (fantasma) da coisa, confusamente (confuse), no qual o intelecto ativo, posteriormente, realiza o ato de abstração intelectual, que consiste na captação das formas que estão confusamente no fantasma (que corresponde ao estímulo na linguagem moderna). Nosso intelecto realiza essa operação e apenas extrai o que já está contido. A forma, em nós, não é a que está na coisa, mas é intencionadamente construída por nós à semelhança proporcional que a intelectualidade tem com a realidade das coisas. Esse princípio empírico foi aceito por Tomás de Aquino. A ele já se opunha, com antecedência, Platão, a quem Aristóteles contraditou neste ponto. Santo Agostinho e Leibniz seguem a linha platônica que afirma que, no intelecto, há mais.  Que a extração que o intelecto possa fazer dos fatos exteriores, que é a abstração das formas, é indubitável, mas o intelecto em si, seus esquemas, suas formas que já antecedem a experiência, sem as quais seria impossível qualquer assimilação e a própria operação abstrativa, exige algo que se dê previamente. Vide Nativismo.

Deste modo, para expressar esse pensamento, Leibniz acrescentou à máxima filosófica de Aristóteles estas palavras: nisi intellectu ipse , ou seja, exceto o que já esteja no intelecto, o que é inato a ele. É fundada nessa concepção que Kant, posteriormente, vai afirmar a existência de formas a priori. (2)

Nihil ex nihilo. É a máxima que é o adágio fundamental da filosofia grega e da escolástica: "Nada do nada" ou "do nada, nada". O nada não é capaz de produzir alguma coisa, porque é nada. Se o nada tivesse antecedido a alguma coisa, nada haveria. Como há alguma coisa, o nada não pode ter antecedido ao que há. E se alguma coisa começou a existir, ela foi antecedida, necessariamente, por algum coisa. (2)

(1) BUNGE, M. Dicionário de Filosofia. Tradução de Gita K. Guinsburg. São Paulo: Perspectivas, 2002. (Coleção Big Bang)

(2) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.