Monismo

Monismo. Doutrina segundo a qual o Ser - que apresenta apenas uma multiplicidade aparente - procede de um único principio, é reconduzido a uma única realidade: a matéria ou principalmente o espírito. Citemos, por exemplo, o monismo mecanicista dos materialistas do século XVIII ou o monismo espiritualista e dialético de Hegel (a tese e a antítese superam-se numa síntese superior), ou ainda o panteísmo de Spinoza. (1)

Monismo. Filos. Designa-se pela palavra monismo todo o sistema filosófico que considera o conjunto das coisas como substância, quer do ponto de vista das leis (ou lógicas, ou físicas), pelas quais são regidas, quer, finalmente, no ponto ponto de vista moral. (2)

Monismo. O monismo vê um onde o dualismo vê dois. O fisicalismo é a doutrina que defende que tudo o que existe é físico, e é um monismo aquilo que contrasta com o dualismo mente-corpo; o idealismo absoluto é a doutrina que sustenta que a única realidade consiste em modificações do Absoluto. Parmênides e Espinosa acreditavam que havia razões filosóficas para supor que só poderia existir um gênero de coisa real e autossuficiente. Ver também monismo neutro. (3)

Monismo. Existe apenas uma substância ou um mundo, e a realidade é unica (cf. dualismo). (4)

Monismo Neutro. Doutrina proposta por James no ensaio "Does Consciousness Exist?" (1904, reedita em Essays in Radical Empiricism, 1912), segundo a qual a natureza é constituída por um certo tipo de substância indeterminada, que em si mesma não é física nem mental, mas que pode ter aspectos ou atributos físicos e mentais. Russel adotou essa doutrina por um breve período. (3)

Monismo. (do gr. monos, um só). É o sistema filosófico que reduz todas as coisas a um só ser, uma só unidade, cujas manifestações são os seres heterogêneos. Assim o materialismo é monista como o é o idealismo absoluto, como também o é o energetismo de Ostwald. O monismo prega a universalidade total do ser, a identidade entre a parte e o todo. Há várias maneiras de surgir o monismo e de se apresentar, mas todas caracterizam-se pela intenção de reduzir o múltiplo ao Um.

Crítica: A aceitação do monismo leva a uma sequência de aporias insolúveis. O monismo termina no pluralismo. Desde o momento que se atualiza excessiva e unilateralmente o Um, o múltiplo desponta com energia para anular aquele excesso. Por outro lado, a afirmação excessiva e unilateral do múltiplo faz surgir com energia a exigência do Um. E nesse balancear, de uma aporia para outra, o espírito humano não encontra a solução desejada.

Se as partes são partes de uma totalidade, o Um é consequentemente limitado enquanto totalidade, pois teria partes. Mas tais partes estão unidas e o que as prende é um limite. O Um é consequentemente um e múltiplo, limitado por partes e ilimitado pela contiguidade destas. Se o Um é limitado, tem extremidades. Sendo uma totalidade, tem começo, meio e fim. Ora, o meio está à igual distância das extremidades (começo e fim), do contrário não é meio. E neste caso o Um teria uma figura, teria fronteiras, seria quantitativo, o que leva a absurdos sem conta. (5)


(1) DUROZOI, G. e ROUSSEL, A. Dicionário de Filosofia. Tradução de Marina Appenzeller. Campinas, SP: Papirus, 1993.

(2) GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA E BRASILEIRA. Lisboa/Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia, [s.d. p.]

(3) BLACKBURN, Simon. Dicionário Oxford de Filosofia. Consultoria da edição brasileira, Danilo Marcondes. Tradução de Desidério Murcho ... et al. Rio de Janeiro: Zahar, 1997.

(4) LEVENE, Lesley. Penso, Logo Existo: Tudo o que Você Precisa Saber sobre Filosofia. Tradução de Debora Fleck. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013.

(5) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.