Fenômeno

Fenômeno. Aquilo que se oferece à observação intelectual, isto é, à observação pura.

Fenomenologia. No sentido geral, estudo descritivo de um conjunto de fenômenos. Em filosofia moderna, movimento filosófico inaugurado por Husserl para fundamentar a filosofia como ciência rigorosa, capaz de dar base, por sua vez, às próprias ciências em suas condutas específicas. Trata-se de voltar "às próprias coisas" a fim de captar suas essências ao final da redução eidética. (1)

Fenomenologia. Ciência dos fenômenos como distintos da natureza do ser; estudo da consciência e de objetos da experiência direta. (2)

Fenomenalismo. O conhecimento humano restringe-se às aparências (fenômenos) apresentados aos sentidos, ou as aparências são a base do conhecimento. (2)

Fenomenalismo. Doutrina segundo a qual o homem não pode conhecer as coisas em si, somente os fenômenos (no sentido kantiano). Contrariamente ao fenomenismo, não considera as coisas em si ou “númenos” como simples palavras vazias de sentido, mas nelas reconhece uma realidade. A doutrina de Kant é um fenomenalismo. (3)

Fenomenismo. Concepção filosófica atribuída sobretudo a Hume, que não admite a existência de nenhuma substância, considerando a realidade como composta exclusivamente de fenômenos e das percepções e ideias que formamos destes. Ver materialismo; objetivismo. Oposto a substancialismo. (1)

Fenomenologia. A fenomenologia trata das significações. É a significação que faz que uma palavra seja palavra, do contrário é puramente um sinal. Mas a significação não está na palavra. Esta simplesmente chama a atenção para a significação. Nem tampouco a significação está no objeto da palavra, porque este pode não existir; por exemplo: círculo quadrado. As significações são, assim, objetos ideais. É ela que chama a atenção sobre o objeto. Em suma, a fenomenologia é a ciência descritiva das vivências da consciência pura. É assim uma doutrina e um método, além de uma tese idealista. É uma ciência que trata e descreve as essências das vivências da consciência pura. É portanto uma ciência a priori e universal. A priori porque descreve essências (isto é, objetos ideais e não empíricos). É universal porque se refere a todas as vivências. Como método leva-nos ao conhecimento das essências. Conhecimento evidente, fundado na intuição, não numa intuição sensível, mas eidética, de essências. (4)


(1) DUROZOI, G. e ROUSSEL, A. Dicionário de Filosofia. Tradução de Marina Appenzeller. Campinas, SP: Papirus, 1993. 

(2) LEVENE, Lesley. Penso, Logo Existo: Tudo o que Você Precisa Saber sobre Filosofia. Tradução de Debora Fleck. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013.  

(3) JAPIASSÚ, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 5.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

(4) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.