Enteléquia

Enteléquia. (do gr. entelékheia) - Termo criado por Aristóteles com a aglutinação de entelôs e exein, perfeição e hábito, significando, etimologicamente, o hábito da perfeição, a posse da perfeição. Na verdade, para ele, não é um ser subsistente em si mesmo, nem tampouco autônomo. É sim, uma causa ou um princípio de ser que, por sua união com outro princípio intrínseco, a potência, constitui a substância. O ter-se julgado diferentemente se deve ao erro de haver-se considerado como enteléquia para Aristóteles, a enteléquia de Driesch. No entanto esquecem que este salientou desde início, que iria apenas aproveitar o termo verbal aristotélico, não porém o seu conteúdo noemático, pois o que conceituava como enteléquia (que para Driesch é subsistente de per si, e autônomo) era distinto de o que conceituava o Estagirita, que considerava a alma a enteléquia primeira (fundamental) de um corpo natural, que tem a vida em potência. Ela não era, para ele, como não é para os escolásticos, uma substância no sentido da forma substancial, mas princípio determinante que, com o princípio determinável, a matéria, constitui a substância una e indivisível, que é o ser. Em suma, a alma é a enteléquia primeira de um corpo natural organizado. É a causa primordial, graças à qual, vivemos, percebemos, pensamos. (De Anima, II, 2, 414 a 12/13).

b) Leibniz toma-o como o ato realizado em oposição ao ato em vias de ser tal, em devir, e também como a forma (eidos) ou a razão (logos), que determina a atualização de uma potência. Ele emprega o termo para denominar as mônadas (vide). (1)

(1) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.