Devir

Devir. Do latim devenire, chegar. 1. Vir a ser; tornar-se, transformar-se. 2. Fil. Movimento permanente e progressivo pelo qual as coisas se transforma. (1)

Na filosofia aristotélico-escolástica, o devir nada mais é do que a passagem – por geração, por destruição, por alteração, pelo aumento ou pelo movimento local – da potência ao ato. Em Hegel, o devir constitui a síntese dialética do ser e do não ser, pois tudo o que existe é contraditório estando, por isso mesmo, sujeito a desaparecer (o que constitui um elemento constante de renovação). (2)

Devir. Coloca-se o problema do devir em filosofia desde os pré-socráticos. Enquanto para Parmênides a existência do ser é incompatível com a mudança própria do devir - que não passa de ilusão -, para Heráclito, em compensação, nada é estável, "tudo foge" e encontra-se sujeito a um devir feito da metamorfose perpétua das coisas que evoluem, aliás, não de modo linear, mas de acordo com um ciclo que realiza a coincidência dos contrários. Entre os filósofos que reivindicam Heráclito, como Hegel que, encontrando no devir o fundamento da História (e da do Ser em particular), o concebe como a síntese dialética "que ultrapassará" as contradições. (3)

Devir. (do lat. fieri, vir-a-ser). É a passagem da potência ao ato, do poder-ser ao ser em ato. (4)


(1) DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO ILUSTRADO LAROUSSE. São Paulo: Larousse, 2007.

(2) JAPIASSÚ, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 5.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

(3) DUROZOI, G. e ROUSSEL, A. Dicionário de Filosofia. Tradução de Marina Appenzeller. Campinas, SP: Papirus, 1993.

(4) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.