Geração

Geração. A geração é a mutação do não-ser; é uma transmutação para a substância. É, portanto, o terminus ad quem, a meta a ser atingida e que termina na forma. Dá-se não no tempo, mas in instante, como a corrupção. O sujeito da geração não é o que é gerado, mas a matéria do que é gerado. Em toda geração há, portanto, uma matéria que sofre a geração. Com ela, algo é feito. Nela há necessariamente o que é gerado e, consequentemente, um generante. O que se move para a geração é movente. É também absoluta e relativa (simpliciter et secundum quid), como o expõe Aristóteles. Na primeira há a geração absoluta de algo. Dá-se do que não-é simpliciter no ser, que é uma substância, e realiza-se pela indução da forma na matéria. A geração, quando substancial, não se dá no tempo; é instantânea. Ela implica a corrupção, pois o gerar de uma coisa é o corromper-se de outra, havendo a passagem do não-ser para o ser; na corrupção, do ser para o não ser. Quando alguma coisa é gerada, adquire um ser, mas o sujeito que é gerado, tinha antes uma forma que deixou de ter; portanto sofreu a passagem de um ser para um não-ser o que era, para ser outro, que antes não era. Geração e corrupção são opostos. Vide Mutação. (1)

Geração Espontânea (Equivoca). Teoria vigente na Idade Média em que se admitia a possibilidade da geração de seres vivos (plantas e animais), provindos das coisas inanimadas. Tomás de Aquino usou a expressão generatio aequivoca nesse sentido, que modernamente é substituída pela de geração espontânea, que defende igual concepção. (1)

(1) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.