Crítica

Crítica. No sentido antigo, é a parte da lógica que trata do julgamento. Hoje, exame de um fato, de uma obra de arte, de um comportamento com o intento de fazer um julgamento de apreciação, que pode ser lógico, estético, moral etc. Num sentido mais restrito, o termo implica um julgamento desfavorável. O adjetivo apresenta o mesmo sentido duplo: se é aconselhável exercer o seu espírito crítico (mesmo que seja apenas para filosofar...) a fim de nada admitir sem exame, não é aconselhável desenvolvê-lo no sentido de uma sensibilidade exclusiva aos defeitos. Mas qualifica também o que constitui uma crise ou se refere a ela (estar num estado crítico. (1)  

Crítica. Análise e avaliação desencadeadas por defeitos de alguma espécie. A crítica é uma parte normal da pesquisa em todos os campos. Mas seu papel não deveria ser exagerado, pois não é criativa: ela pode apenas melhorar ou eliminar. De fato, antes que um item seja submetido a uma análise crítica é preciso que tenha sido trazido à existência. E, se julgado defeituoso, deve ser reparado ou substituído em vez de ser protegido por inverificáveis.(2) (Ver hipótese ad hoc)

Crítica. a) Crisis é a abertura, a separação, o exame, a análise. Crítica é o exame, a atividade que tende a captar os valores, segundo um critério para compará-los, para medi-los. Na crítica há o exame específico, teórico e prático do que o homem realiza.

b) A crítica de Kant, mais conhecida por criticismo, no exame da crise do conhecimento, estabelece os limites da percepção e da experiência, que são elaboradas com formas a priori e tenta estabelecer uma posição para a metafísica, que ele julgava a única verdadeira.

c) No sentido escolástico, crítica é o inquérito científico sobre o valor e o âmbito verdadeiro e certo da cognição. É uma investigação filosófica que cientificamente investiga as últimas causas e razões do valor do âmbito do conhecimento humano, a Lógica Maior. Por estudar a existência das cognições verdadeiras e certas, para alguns é a Ideologia; e como estuda a mais íntima natureza da verdade e da certeza, é chamada também de Criteriologia. (3)


(1) DUROZOI, G. e ROUSSEL, A. Dicionário de Filosofia. Tradução de Marina Appenzeller. Campinas, SP: Papirus, 1993.

(2) BUNGE, M. Dicionário de Filosofia. Tradução de Gita K. Guinsburg. São Paulo: Perspectivas, 2002. (Coleção Big Bang)

(3) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.