Violência

Violência. Vem do latim violentia, que significa violência, caráter violento ou bravio, força. O verbo violare significa trotar com violência, profanar, transgredir. Tais termos devem ser referidos a vis, que quer dizer, força, vigor, potência. Mais profundamente, a palavra vis significa a força em ação, o recurso de um corpo para exercer a sua força e portanto a potência, o valor, a força vital.

O sociólogo H. L. Nieburg define a violência como "uma ação direta ou indireta, destinada a limitar, ferir ou destruir as pessoas ou os bens".

O Oxford English Dicitonary define a violência como o "uso ilegítimo da força".

Violência é o que se exerce com força contra um obstáculo. Daí: comportamento de uma pessoa contra uma outra que ela considera como um obstáculo à realização de seu desejo. A violência levanta um problema para a filosofia na medida em que nega a consciência e portanto o próprio poder de filosofar. Por isso é concebida alternadamente como de origem puramente natural (Hobbes, Nietzsche), ou como proveniente de uma vida social mal organizada (Rousseau, Proudhon, Stirner). Daí igualmente a ambiguidade do ponto de vista moral a seu respeito: é rejeitada como opressão e ausência de direito (Rousseau), ou suas virtudes libertadoras são exaltadas quando se a apresenta como uma resposta a uma violência sempre anterior (Marx). Ma atualidade, refere-se à natureza sem regras.(1) 

Figura Ilustrativa (1)

Violência. Aristóteles distinguia os movimentos naturais e os movimentos violentos. Quando uma pedra se desprende de um telhado e cai no solo, o movimento da pedra é natural. Em contrapartida, quando se lança uma pedra com a mão, o movimento da pedra é violento.

A noção de violência foi usada também, e sobretudo, para referir-se a atos executados por seres humanos, tanto em suas relações interpessoais como, e sobretudo, em suas relações sociais.

Ao se constituir um Estado, com um aparato de governo, aparece o fenômeno da violência, exercida pelos que detêm o poder. Parece haver uma íntima relação entre “violência” e “poder”. No começo, na implantação de todo Regime, o poder é pura e simplesmente — visto da situação anterior — violência. Mas o regime, uma vez estabelecido, se autolegitima. A Violência, agora ficou esquecida, porque ela surge como defesa da ordem pública. (2)

(1) DUROZOI, G. e ROUSSEL, A. Dicionário de Filosofia. Tradução de Marina Appenzeller. Campinas, SP: Papirus, 1993.

(2) MORA, J. Ferrater. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Loyola, 2004.