Pragmatismo

Pragmatismo. Concepção filosófica, mantida em diferentes versões por, dentre outros, Charles Sanders Peirce, William James e John Dewey, defendendo o empirismo no campo da teoria do conhecimento e o utilitarismo no campo moral. O pragmatismo valoriza a prática mais do que a teoria e considera que devemos dar mais importância às consequências e efeitos da ação do que aos seus princípios e pressupostos. A teoria pragmática da verdade mantém que o critério de verdade deve ser encontrado nos efeitos e consequências de uma ideia, em sua eficácia, em seu sucesso. A validade de uma ideia está na concretização dos resultados que se propõe obter. (1)

Pragmática. Do grego pragma, ação, de prattein, agir. 1. Estudo da linguagem de um ponto de vista filosófico divide-se tradicionalmente em sintaxe, semântica e pragmática, sendo que a pragmática considera os signos do ponto de vista de seus usuários em contextos determinados. 2. Por extensão, corrente do pensamento que estuda a linguagem sob o ângulo de seu uso concreto e de seus efeitos no contexto da comunicação. (1)

Pragmatismo. Uma atitude ou uma doutrina que privilegia a ação, e o êxito da ação, até fazer disso o único critério legítimo de avaliação. O bem? É o que tem êxito. O verdadeiro? É o que é útil ou eficaz ("o que funciona")

Para Charles Sanders Peirce, pragmatismo é uma doutrina que identifica a concepção de um objeto à de seus efeitos possíveis. Saber o que é o fogo ou a gravitação é saber que efeitos podem produzir. Assim, uma ideia não mais do que uma hipótese, que tem de ser submetida à experimentação para determinar o seu valor; não faz sentido dá-la por verdadeira se nenhum efeito a valida. A verdade é, portanto, para o pragmatismo, o que têm êxito, mas não no sentido mercantil do termo ("o que vale a pena"): é o que resiste eficazmente à prova experimental. A verdade não é um absoluto; é uma hipótese que passou pela experimentação. (2)

Pragmatismo. Filosofia do significado e da verdade estreitamente associada a Peirce e a James. Apesar de ter conhecido diversas formulações por parte desses dois autores, o essencial do pragmatismo consiste na crença de que o significado de uma doutrina é idêntico aos efeitos práticos que resultam de sua adoção. (3)

Pragmática. a) Parte da semiótica que consiste no estudo das relações entre os sinais e seus significados, independentemente de outros sinais.

b) Coleção de formas ou de normas que regulam atos ou cerimônias (religiosas, políticas, etc.).

c) Antigamente se dizia de toda a lei que não fosse decreto da autoridade constituída politicamente, mas dos costumes e ordenanças respectivas. (4)

Pragmático. (do gr. pragma, ação, ocupação, negócio; o adjetivo pragmatikôs) a) Indica o homem prático, ativo, hábil, capaz e, quanto às coisas, útil, sólida, eficaz, etc.

b) Diz-se de tudo quanto se refere à ação, à vida prática, em oposição ao teórico, ao especulativo enquanto tal, salvo quando tendente a soluções práticas, pragmáticas.

c) O que é real, eficaz, hábil ou capaz de utilidade, o ativo no sentido operoso, etc.

d) Em sentido pejorativo, o meramente utilitário, o meramente prático, e diz-se daquele que apenas considera os aspectos materiais, desinteressando-se do teórico e do especulativo. (4)

Pragmatismo. Usado por Charles Pierce para nomear o que havia adotado: "a doutrina do homem de ação". William James expôs essa doutrina que, em suas linhas gerais, considera o valor apenas relativo à utilidade, e tudo vale para o homem na proporção da utilidade que apresenta. As verdades são, assim, utilitárias e surgem do benefício que possam dar ao homem, e sua evidência é proporcional a esse benefício. O homem é primacialmente utilitário e tudo quanto constrói está movido por um interesse utilitário. Por essa doutrina, a verdade é apenas inerente ao homem. (4)


(1) JAPIASSU, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 3.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1996.

(2) COMTE-SPONVILLE, André. Dicionário Filosófico. Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

(3) BLACKBURN, Simon. Dicionário Oxford de Filosofia. Consultoria da edição brasileira, Danilo Marcondes. Tradução de Desidério Murcho ... et al. Rio de Janeiro: Zahar, 1997.

(4) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.