Nirvana

Nirvana. (sânsc. apagar). Simbolizava Buda o nirvana pela chama da vela que, apagada, não é mais chama, nada de chama. Desse modo, o nirvana era a extinção da individualidade, porque a chama, individualmente, não era mais. Nirvana é a ausência da consciência, que é dolorosa, a extinção da consciência na beatitude, liberada dos limites, no ilimitado, é a consecução summum bonum, do supremo bem, a cessação de todo sansara vide). Contudo, Buda sempre fez questão de frisar que jamais havia pregado o mero nada. Dizia que, com maligna intenção, haviam seus adversários afirmado que ele pregara o nada. O que na verdade pregara fora a extinção da dor, do sofrimento, e esta só pode desaparecer quando desaparece o que limita, o que obstaculiza, e os limites são os obstáculos para a plenitude do ser. Nirvana é, assim, a negatividade de tudo o que limita, de toda crise. Vide Crise.  

(1) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.