Maniqueísmo

Maniqueísmo. Manes, mágico persa, que se latinizou em Manichaeus ou Maniqueu. Tendo-se convertido ao cristianismo, tentou sintetizar o dualismo de Zoroastro com a doutrina cristã, o que lhe valeu o martírio. Para ele, Jesus era o filho do homem, cujo sacrifício abriria o caminho da salvação. Sua morte na cruz foi aparente. Além de filho do homem, era filho do Sol, da Luz, filho de Deus, e foi como tal que salvou o homem. Na luta entre o bem e o mal, este é simbolizado pelos demônios, e o bem simbolizado por Cristo que sairá afinal vencedor. Mas o homem para alcançar a vida eterna necessita de uma vida ascética. O maniqueísmo era dualista em certo aspecto. E até hoje ainda não se fez a devida justiça a esse pensamento, sobretudo nas formas em que reviveu no chamado movimento dos cátaros (dos albigenses), da Bogolomovitso na Bulgária, no puritano, no dos paisani na Itália, no ocitânico no sul da França e outros. (1)

(1) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.