Anjo

Anjo. Na teologia designa um ser espiritual, intermediário entre Deus e o homem. A sistemática discussão acerca da natureza e das funções dos anjos constitui a Angelologia. (do gr. angelos, anjo e logos,  tratado).

Encontramos a representação dos anjos, mensageiros a quem cabe o papel de intermediários e de misteres especiais, funções ministeriais no sentido filosófico do termo, em todas as religiões cultas. Considerando-se pelo lado especulativo, eles surgem com dois sentidos: 1) como funções ministeriais do ato criador; 2) como formas subsistentes que não informam nenhuma matéria, por nenhuma matéria estar em condições de recebê-las.

Há possíveis que não se atualizaram como a árvore Y, árvore possível de se ter tornado um ente existente no mundo botânico, mas que as condições atuais do nosso planeta não permitem mais a sua atualização. Os anjos, contudo, não são considerados como possíveis apenas, mas como formas subsistentes, como entes com seu ubi intrínseco, a sua presença própria, existentes no exercício de si mesmos, mas de uma estrutura distinta das dos seres materiais. Tais anjos não são feitos desta matéria (hoc), mas de outro modo de ser imaterial, potência (não-material), são criadores, inteligentes Não há conceito mais equívoco na filosofia moderna que matéria e, também, não há materialista que tenha conseguido dar uma definição clara do que julga ser. Se considerarmos porém o que conhecemos como tal, a matéria sensível, a físico-química, sabemos hoje, que esta perde as suas propriedades em determinadas experiências, como se verifica no choque com os antiprotons e antielétrons, resultando a ausência total das propriedades da matéria. Há matéria onde há as propriedades da matéria, e não há mais matéria onde não se verificam as suas propriedades. Se estas desaparecem, estamos na anti-matéria, nome que dão os físicos a ausência de materialidade. Neste caso a ciência atual já encontrou a não-matéria, o imaterial. Com o decorrer do tempo verificará que as funções inteligentes não podem ser explicadas, como ainda não o foram pela matéria bruta, nem poderão ser. Neste caso, as atribuirá a essa não-matéria, a esse imaterial. O imaterial com inteligência, com capacidade criadora, é o espiritual das mais altas religiões e da filosofia. (1)

(1) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.