Ataraxia

Ataraxia. Do grego ataraxia (ausência de perturbações). Introduzido por Demócrito e empregado principalmente pelos epicuristas  (v. epicurismo) e pelos estoicos (v. estoicismo) o termo significa tranqüilidade da alma. Designando o ideal do sábio para a maioria dos filósofos da Antiguidade, a ataraxia é identificada pelos estoicos à apatia, ou seja, ao estado da alma que se tornou alheia à desordem da paixão e insensível à dor. (1)

Ataraxia (ataraxie). A ausência de perturbação: a paz na alma. é o nome grego (especialmente em Epicuro e nos estoicos  da serenidade. É um estado puramente negativo, como se costuma acreditar? De maneira nenhuma. Porque, nessa ausência de perturbação, o que se oferece é a presença do corpo, da vida, de tudo, e essa é a única possibilidade que vale. O a privativo não deve nos enganar: a ataraxia não é privação mas plenitude. É o prazer em repouso da alma (Epicuro) ou a felicidade em ato (Epicteto). É também uma experiência de eternidade: "Porque não parece em nada um ser mortal o homem que vive em bens imortais", escreve Epicuro (Carta a Meneceu, 135). Daí que a ataraxia, como experiência espiritual, é o equivalente da beatitude, em Espinosa, ou do nirvana, no budismo. (2)

(1) DUROZOI, G. e ROUSSEL, A. Dicionário de Filosofia. Tradução de Marina Appenzeller. Campinas, SP: Papirus, 1993.

(2) COMTE-SPONVILLE, André. Dicionário Filosófico. Tradução de Eduardo Brandão. 2. ed., São Paulo: Martins Fontes, 2011.