Síntese

Síntese. Contrário de análise: conduta intelectual que, por experiência (por exemplo, em química) ou logicamente, vai das noções ou enunciados mais simples aos mais compostos. A esse título é praticada na maioria das ciências (principalmente em história) ou até, no sentido amplo, nas atividades artísticas, quando o pintor ou escritor organiza num todo estruturado os elementos que selecionou para sua obra. Descartes faz dela a terceira regra de seu método.

Na filosofia de Hegel, a síntese designa o terceiro momento da dialética, que une, “ultrapassando”-as, a tese e sua negação. Podemos observar que essa “negação da negação” equivale à afirmação de uma nova tese que deve ser, por sua vez, negada.  (1)

Síntese. (do gr. syn, com e thesis, posto; composição). a) Ato pelo qual compomos, reunimos, juntamos elementos diversos, dados separadamente, unindo-os numa totalidade. Neste sentido opõe-se a análise (vide).

b) Metodologicamente considerado, é a tomada como totalidade dos fatos simples, distinguidos pela análise.

c) Emprega-se também para indicar a operação que, partindo dos fatos singulares ou de particulares, alcança ao conjunto. (2)

Sintético. O que resulta de uma síntese ou o que constitui uma síntese. Emprega-se o termo para indicar o seu uso em todos os setores do conhecimento humano, Assim, na lógica, fala-se em juízos sintéticos a priori ou a posteriori, em oposição aos juízos analíticos. Na psicologia, espírito sintético é o que vê todas as coisas em seu conjunto, ao conjunto a que pertencem; método sintético, o que constrói a representação por um processo de teses, antíteses e sínteses, como procede Hegel; demonstração sintética, como as que se procedem na geometria, pela construção figurada e não pela análise; filosofia sintética, a de Spencer, que cognominava o conjunto das suas obras. (2)


(1) DUROZOI, G. e ROUSSEL, A. Dicionário de Filosofia. Tradução de Marina Appenzeller. Campinas, SP: Papirus, 1993.

(2) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.