Bom Senso

Bom Senso. Qualidade de nosso espírito que nos permite distinguir o verdadeiro do falso, o certo do errado. "O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída" (Descartes). Às vezes Descartes denomina o bom senso de "luz natural". Na maioria dos casos, chama-o simplesmente de razão, instrumento geral do conhecimento que é capaz de "julgar e distinguir bem o verdadeiro do falso". Essa faculdade da razão é natural e comum em todos os homens. (1)

Bom Senso. a) É o senso comum em bem julgar nas questões concretas, que é atribuído a todos com maior ou menor intensidade.

b) Designa as pessoas em seu estado normal. Daí dizer-se, quando alguém é tomado pela paixão ou pela cólera, que perdeu o bom-senso.

c) Também se emprega para aqueles que falham, ou não em seus julgamentos. Diz-se que tem ou não tem bom senso.

d) Para Descartes é a faculdade de saber julgar bem e distinguir a verdade do erro, e cita expressamente como sinônimo a "razão" dizendo que essa faculdade, naturalmente, é igual em todos os homens. Mas essas duas palavras têm atualmente sentidos diferentes. Bom senso agora não significa mais a faculdade natural, que é igual em todos, mas uma disposição de ânimo especial que ajuda a julgar bem (uma equanimidade, etc.), de índole puramente subjetiva, ao passo que a razão, para nós, é a faculdade racional do caráter objetivo e universal. Se opõe: 1) à loucura ou estados análogos (cólera, ebriedade, etc.) e 2) à falta de critério como estado permanente, como em um espírito leviano ou pervertido. (2)


(1) JAPIASSÚ, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 5.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

(2) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.