Tabula Rasa

Tabula Rasa. Expressão latina tornada célebre por Locke e Leibniz a propósito do debate em torno do inato e do adquirido. Para Locke, o espírito humano é, desde seu nascimento, como uma tabula rasa, adquirindo todos os seus conhecimentos pela experiência. Leibniz, ao contrário, acredita que há no espírito humano certos elementos inatos (como a ideia de causa, de comparação, de número etc.) e que não podem ser retirados da experiência. Ver adquirido/inato (1)

Tabula Rasa. Literalmente tabula limpa, não escrita. Locke expunha que o conhecimento humano começava pela experiência, o que é uma tese empirista, defendida pelos escolásticos. Afirmava que o intelecto humano é como uma tabula rasa (tábuas revestidas de cera em que os romanos escreviam), na qual se imprimem as primeiras sensações, como também a chamavam os escolásticos. Negava Locke que houvesse algo de inato no homem e consequentemente ideias inatas, sem negar, porém, a necessidade de algo antecedente, pelo menos essa tabula rasa, essa capacidade de receber impressões. E como as impressões recebidas são proporcionadas à tabula, que é o espírito humano, alguma coisa antecede à experiência, e constitui um fator no resultado dela, pois só se gravam na tabula rasa o que é proporcionado a ela. Os que defendem algo de inato, e a priori no homem, afirmam apenas a tabula rasa do conhecimento, que Locke e os empiristas virtualizam, mas que precisam dela, porque a impressão não se gravaria se não tivesse o em que se gravar, e como não se gravam todos os estímulos exteriores, mas apenas os proporcionais à tabula rasa do conhecimento, este é, de certo modo, um produto, não só do exterior, mas da cooperação de algo que o antecede, o que foi esquecido pelos empiristas. (2)


(1) JAPIASSÚ, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 5.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

(2) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.