Espaço, Espaço-Tempo

Espaço, espaço-tempo. O espaço é uma das duas propriedades da exterioridade com relação ao pensamento, sendo a outra o tempo. Define-se de modo geral como o meio homogêneo e ilimitado que contém todas as extensões finitas e onde a percepção situa seus objetos e os movimentos deles. Suas diversas partes beneficiam-se de uma exterioridade mútua. 

O pensamento filosófico do espaço parece ter se articulado a princípio a partir do "vazio" dos atomistas e da noção de "lugar" (contido num outro e assim até o infinito). Platão define-o como "receptáculo", e Aristóteles, como invólucro móvel... Descartes, Kant, espaço geométrico euclidiano. 

Em psicologia, evoca-se um espaço propriamente psicológico, limitado à percepção atual, não homogêneo, nem isotrópico — para distingui-lo principalmente do espaço fisiológico que se organiza em torno da visão. 

A expressão espaço-tempo foi lançada por Minkowski (em 1908) para designar o sistema das quatro variáveis (x, y, z, t) necessárias para balizar completamente um fenômeno, de acordo com a teoria da Relatividade: aí deve-se levar com efeito em conta solidariamente sua posição no espaço (tradicionalmente dotado de três dimensões: x, y, z) e da que ocupa no tempo (ou quarta dimensão t) (1)

Espaço. (do lat. spatium). É a capacidade de receber os corpos sem qualquer limite. Não é o espaço concebido como um corpo, mas distinto de todo corpo, pois os recebe. Este tem sido o seu conceito mais comum. Para os escolásticos, como para Aristóteles, o espaço absoluto é um ente de razão (ens rationis), cuja única objetividade, enquanto tal, está no intelecto, e não extra-mentis, como um grande e infinito vazio, como o concebem alguns filósofos. É impossível conceber-se a ideia de espaço com precisão objetiva, separando-o totalmente de tempo (vide). (2)

(1) DUROZOI, G. e ROUSSEL, A. Dicionário de Filosofia. Tradução de Marina Appenzeller. Campinas, SP: Papirus, 1993. 

(2) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.