Estrutura

Estrutura. (do lat. structura, por sua vez, do verbo struo, dispor, ordenar por camadas, acumular, por uma coisa sobre as outras). a) Daí construir, que é dar ordem às coisas em camadas, acumular ordenadamente. Para os latinos era a obra realizada, fabricada, a construção, a forma das muralhas, a disposição das coisas.

b) Passou a ter, na filosofia, o sentido da dinâmica construção de uma realidade, quer natural ou artificial, quer viva, quer mental, quer doutrinária; que tem uma forma. Ora, tudo quanto é tem unidade: é um postulado filosófico. E se tem unidade, tem uma forma, uma disposição das partes analogadas segundo uma lei, uma norma (como diria um pitagórico) pelo qual é o que é, e não é outra coisa. A disposição dessas partes é a estrutura da unidade considerada.

c) Neste sentido é a estrutura visualizada na biologia, onde indica a disposição das partes que formam uma totalidade em oposição às suas funções. A estrutura de uma coisa é sempre compreendida como abstraída da funcionalidade de suas partes. Assim se considera a estrutura anatômica e a histológica em oposição à fisiológica. Na psicologia ela também é tomada em sentido estático. É considerada como um todo, formado de elementos solidários e de certo modo correlativos, dependentes dos outros, que existem apenas pela relação que há entre eles; como na concepção configuracionista da Gestalttheorie.  Vide Psicologia, Teorias modernas da.

d) Em sentido geral é empregado para indicar a normal que solidariza um conjunto da atividade e dá-lhe uma ordem. Assim se pode falar na estrutura do pensamento moderno, na estrutura do pensamento da escolástica, etc. (1)

Estruturalismo. Concepção que considera a inteligência humana fundada apenas na sua estrutura. Quando esta é concebida como atomisticamente estruturada temos a Psicologia Atomística; quando configuracionalmente estruturada, temos a Gestalttheorie, a Teoria das Formas, na psicologia. Vide Psicologia, Teorias modernas da. (1)

Estruturalismo. O conhecimento humano, o comportamento, a cultura etc. podem ser analisados por meio dos contrastes entre elementos inter-relacionados num sistema conceitual. (2) 

(1) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.

(2) LEVENE, Lesley. Penso, Logo Existo: Tudo o que Você Precisa Saber sobre Filosofia. Tradução de Debora Fleck. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013.