Beatitude
Beatitude. (de beatus, de beo, verbo latino que significa aspirar, desejar, anelar). a) Beatus é o anelante, mas dos valores superiores. Beatitude é o estado de posse dos valores superiores desejados. Estes valores incluem os mais altos anelos do ser vivo, que é o de tanger a oniperfeição suprema. Em todas as religiões promete-se alcançar o estado de beatitude.
b) Na Ética a Nicômaco de Aristóteles, a beatitude é o estado de satisfação em que não há mais carências, ausências. É o estado ideal do sábio, porque a sabedoria liberta o homem das carências e das ausências, e só ela lhe pode dar a plenitude da tranquilidade, que é o momento que se eterniza, em que a alma humana perdura, satisfeita por nada mais carecer. Nietzsche diz, num dos seus aforismos, que o homem age porque não sabe. A ação humana decorre da nossa ignorância, porque se tivéssemos um conhecimento absoluto nada precisaríamos fazer, porque teríamos tudo.
c) O estado de beatitude nas religiões é alcançado por aqueles que, cumprindo os ritos e as normas religiosas, conseguem libertar-se de tudo quanto amesquinha e corrompe, e penetram assim na visão frontal da divindade, que é o estado beatífico.
d) Em obras de patologia mental beatitude é a euforia permanente, que é acompanhada de uma indiferença total aos acontecimentos exteriores, estado de origem patológica, em que os doentes recebem a classificação de beatos. (1)
(1) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.