Física. A ciência fundamental da matéria. Todos os filósofos interessados no conhecimento sentiram fascinação pela física, não só porque ela foi sempre a mais avançada das ciências fatuais, mas também devido à crença difundida de que em última análise estas seriam todas redutíveis à física. Como sucede, conquanto todas as ciências de nível mais elevado — química, biologia e ciência social — pressuponham a física, nenhuma delas é redutível à física. (1)
Física. A. Ciência da natureza, em geral. Uma das três divisões da filosofia na Academia, nos estoicos etc. B. Ciência dos fenômenos físicos: movimento, peso, pressão, calor, luz, som, eletricidade. A física, assim entendida, e a química são muitas vezes reunidas sob o nome de ciências físicas (por oposição à ciências biológicas, também chamadas ciências naturais). (2)
Física. (do gr. physis, natureza). Para os gregos, era o que surge, o que nasce, o que provém de algo, do verbo phyô, que significa nascer. As primeiras investigações filosóficas exotéricas dos gregos cingiam-se aos fatos físicos, aos fatos da natureza, como se pode ver pelos tratados (Peri Physeôs, Sobre as coisas físicas), de inúmeros autores, entre eles Aristóteles. Com os gregos, e durante o período medieval com a escolástica, a física permaneceu dentro do campo da filosofia. Foi do Renascimento em diante, fase diacrítica do pensamento (vide Crise), que a física, separando-se da filosofia, tornou-se um dos ramos das chamadas ciências naturais, com objeto próprio, formal e material. Atualmente é a ciência que se dedica (ao lado da química; daí físico-química) a estudar os fenômenos do ente móvel; em suma, microscópica e macroscopicamente, os fenômenos dos seres corpóreos e de todas as suas relações e modais, como a gravitação, a pressão, o calor, a luz, o som, o magnetismo, a eletricidade, a radioatividade, etc. Inúmeros são os problemas filosóficos que surgem para a física atual, problemas que dizem relação com os fatos biológicos, matemáticos e também com os aspectos metafísicos, como os temas da materialidade, da corporeidade e da incorporeidade. (3)
Fisicalismo. a) Termo criado por Carnap e adotado pela Escola de Viena para indicar a doutrina, segundo a qual a terminologia física é, por direito, a que deve ser de toda ciência, inclusive das filosóficas.
b) É empregado também para indicar uma concepção do mundo (cosmovisão), que procura reduzir todos os fatos e acontecimentos a uma explicação meramente física. (3)
Fisicismo. "É a tese, que toda realidade é, fundamentalmente, um fato ou um acontecimento físico, localizado, figurado e datado; é a tese de que nada é dispensado de existir fisicamente, de figurar em seu lugar e em sua escala na qual e do qual a física representa o continuum tempo-espacial; é a tese que nada, nem valor, nem significação pairam acima do mundo dos seres extensos e presentes." (Ruyer). (3)
(1) BUNGE, M. Dicionário de Filosofia. Tradução de Gita K. Guinsburg. São Paulo: Perspectivas, 2002. (Coleção Big Bang)
(2) LALANDE, A. Vocabulário Técnico e Crítico de Filosofia. Tradução por Fátima Sá Correia et al. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
(3) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.