Atitude

Atitude. a) Disposição mental adotada por um espírito em relação a um conteúdo ideal. Essa pode ser a de mera atenção perante um problema ou ser uma relação atual com aquele conteúdo objetivo, consistente num interesse ou tendência habituais em direção a ele. A questão teorética é saber qual é a gênese dessa relação; visto que uma atitude mental é sempre dirigida para um conteúdo objetivo em mente. Surge o problema: se a atitude foi criada pelo respectivo objeto mental, ou se a presença deste é devida à existência prévia da atitude.

b) A ação que provém da atitude e se dirige contra o objeto é o termo intermediário entre ambos. A maioria dos psicólogos opina que a atitude é uma espécie de resíduo psíquico de ações prévias, realizadas em face do mesmo objeto e, em virtude disso, necessariamente condicionada por aquelas ações.

c) Outros, porém, atribuem ao espírito a faculdade de engendrar atitudes que não são funções de um conteúdo objetivo, e deste modo de dispor de si próprio sem recorrer ao concurso de um elemento dispositivo de fora. W. James é de opinião que, pelo menos, as atitudes intelectuais e morais mais altas tenham esse caráter original e sejam, por sua parte, princípios de ações.

d) Sem dúvida, há não só atitudes mentais voluntárias, mas também involuntárias. E estas últimas estão condicionadas por conteúdos ideais.

e) Em um sentido análogo fala-se também de atitudes físicas (não mentais) que consistem em um hábito físico, em relação imediata com o meio, ou são devidas à direta estimulação orgânica. (1)

(1) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.