Antropomorfismo

Antropomorfismo. Indica-se com este nome a tendência a interpretar todo tipo ou espécie de realidade em termos de comportamento humano ou por semelhança e analogia com esse comportamento. Uma crítica desse antropomorfismo já foi feita por Xenófanes de Colofonte:  "Os homens", disse ele, "creem que os deuses tiveram nascimento e que têm voz e corpo semelhantes aos deles". (1)

Antropomorfismo. Atribuição a Deus das características e formas humanas. A fraseologia bíblica é, às vezes, antropomórfica e se refere, por exemplo, à mão, aos dedos de Deus etc. (2)

Antropomorfismo. Atribuição de características humanas a algo que não é humano - por exemplo, a Deus ou ao clima. (3)

Antropomorfismo. (do gr. anthropos, homem e morphê, forma). a) Ação ou doutrina filosófica que empresta a Deus ou deuses caracteres humanos, construindo-se a concepção da divindade ou divindades à imagem do homem, ou na afirmação de que o homem foi feito à imagem de Deus ou deuses, ou atribuindo-lhe pensamentos, procedimentos semelhantes aos homens. As doutrinas ateístas e panteístas criticam severamente essa tendência, tendo sido Spinoza um dos mais encarniçados adversários.

b) Usado por muitos filósofos no sentido de querer emprestar ao cosmos qualidades humanas, preferindo as "medidas" humanas para o conhecimento do universo. A corrente que combate qualquer "humanização do conhecimento", afirma por outro lado a superioridade quantitativa e qualitativa do conhecimento, do saber, que é maior que o homem e só pode crescer com a libertação do homem de seus esquemas antropomórficos, conhecendo o cosmos por medidas cósmicas. (4)


(1) ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1970.

(2) SCHLESINGER, Dr. Hugo e PORTO, Humberto (Pe). As Religiões Ontem e Hoje. São Paulo: Paulinas, 1982.

(3) VÁRIOS COLABORADORES. O Livro da Filosofia. Tradução de Rosemarie Ziegelmaier. São Paulo: Globo, 2011.

(4) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.