Cogito

Cogito. Do latim cogitare, cogitar, pensar; cogito, penso. 1. Para Descartes, o cogito ergo sum ("penso, logo existo") é o primeiro princípio da filosofia, inaugurando uma revolução que consiste em partir da presença do pensamento e não da presença do mundo. (1)

Cogito, ergo sum - (loc. lat.) = penso, logo existo. Quanto a origem desta sentença, atribuem-na a Cícero, Vivere et cogitare; outros a Santo Agostinho, no famoso Solilóquio, (livro II, cap.1) .  Pelo processo da dúvida metódica, em que pôs tudo em dúvida, alcançou Descartes a uma certeza, porque não podia deixar de reconhecer que, ao duvidar, cogitava, tendo a vivência de si mesmo ao cogitar, da qual não podia duvidar. O cogito cartesiano não é apenas uma operação intelectual, mas também afetiva, porque significa sentir-se imediatamente como uma coisa que cogita, cuja existência não pode duvidar. Este é o seu verdadeiro sentido, aliás, como o entendiam também os escolásticos. Ele partiu de que a verdade devia ser fundada em ideias claras e distintas, e o que ele cogitava, era para ele claro e distinto; portanto, verdadeira a sua existência.

A ideia clara e distinta é aquela que é indubitável, que não pode levar à dúvida, que é infalível, que não pode levar ao erro, e que é inata (não proveniente da realidade objetiva). O cogito apresentava estes caracteres. Três são os caminhos estabelecidos por Descartes: 1) método: a dúvida; 2) verdade fundamental: sum cogitans, sou pensante; 3) critério: a percepção clara e distinta. O método cartesiano, entretanto, oferece dificuldades e tem sido objeto de crítica filosófica, porque não nos leva com segurança a outra ou outras certezas fora de nós. (2)


(1) JAPIASSÚ, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 5.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

(2) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.