Demônios de Sócrates

Sócrates, Demônio de. Nos diálogos de Platão, Sócrates frequentemente faz alusão a seu demônio (daimon), a um deus ou gênio personificando seu destino e prevenindo-o contra esta ou aquela escolha ou atitude a ser tomada. Intervindo sempre para impedi-lo de cair no erro, esse demônio simboliza ao mesmo tempo a intuição, a presença do divino e a retidão do pensamento. (1)

Demônio de Sócrates (démon de Socrate). É um bom demônio, uma espécie de anjo da guarda, mas que só sabe falar e unicamente de forma negativa: ele nunca diz o que se deve fazer, somente o que devemos evitar ou nos proibir (ver por exemplo Platão, Apologia de Sócrates, 31 d e 40 a-c). Os que não creem nem nos demônios nem nos anjos verão nele uma imagem bastante justa da consciência moral. Quanto ao que devemos fazer de positivo, cabe à inteligência, mais do que à moral, decidir. (2)   

(1) JAPIASSÚ, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 5.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

(2) COMTE-SPONVILLE, André, André. Dicionário Filosófico. Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2003.