Eterno Retorno

Eterno Retorno. Espécie de mito introduzido na filosofia por Nietzsche que descrevera a "condição humana", revigorando uma ideia esboçada por certos pitagóricos, admitida pelos estoicos e certos neoplatônicos, sob uma forma astrológica, para designar a doutrina no movimento cíclico absoluto e infinitamente repetido de todas as coisas. Em Assim Falou Zaratustra (1883-85), ele retoma a ideia de Heráclito do devir, segundo a qual tudo flui, tudo muda, tudo retorna, e declara: tudo passa e tudo retorna, eternamente gira a roda do ser. Em Ecce Homo (1888), tem sua primeira intuição, quase mística, do eterno retorno: se o tempo não é linear, não faz sentido a distinção entre o "antes" e o "depois". Se tudo retorna eternamente, o futuro já é um passado; e o presente é tão passado quanto o futuro. (1)

Eterno Retorno. Teoria pitagórica e estoica segundo a qual as coisas voltam exatamente semelhantes ao que foram após um período de vários milhares de anos (o Grande Ano). Essa periodicidade do estado do Mundo será admitida ulteriormente a título de mito poético por vários autores, mas é com Nietzsche que encontra um novo vigor, principalmente por sua dimensão moral e porque constituirá o equivalente de um salto na eternidade ou na imortalidade compatível com, simultaneamente, o pessimismo com relação ao mundo contemporâneo e a espera do super-homem. (2) 

(1) JAPIASSÚ, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 5.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. 

(2) DUROZOI, G. e ROUSSEL, A. Dicionário de Filosofia. Tradução de Marina Appenzeller. Campinas, SP: Papirus, 1993.