Budismo
Budismo. Doutrina religiosa e filosófica que se originou dos ensinamentos de Gautama Buda (563-480 a.C.) e que foi depois desenvolvida em grande número de diferentes tendências na Índia, na China e no Japão.
O Budismo é o maior exemplo da religião perfeitamente ateia. Sua doutrina fundamental resume-se nas quatro verdades nobres: 1.ª a vida é dor; 2.ª a causa da dor é o desejo; 3.ª obtém-se a cessação da dor com a cessação do desejo; 4.ª existe um caminho óctuplo que conduz à cessação da dor. O caminho óctuplo consiste: 1.º na justa visão; 2.º na justa resolução; 3.º na justa linguagem; 4.º na justa conduta; 5.º no justo viver; 6.º no justo esforço; 7.º na justa mentalidade; 8.º na justa concentração.
Segundo o Budismo, o homem está sujeito à lei do incessante fluir da vida (dharma), que o leva de desejo em desejo, de dor em dor, de encarnação em encarnação. Enquanto o homem não se libertar do desejo, estará submetido ao ciclo de renascimento (samsara). A libertação do desejo, obtida por meio das regras morais acima e da disciplina ascética (que o B. compartilhava com o bramanismo e com a prática ioga), obtém-se somente com a dissolução de ilusão produzida pelo desejo (e que é o karma), com a eliminação do próprio desejo e a destruição do apego à vida, que é o nirvana. (1)
Budismo. Budismo é o resultado os ensinamentos e das pregações que Gautama Buda (480 a.C.) expôs sobre temas filosóficos, religiosos, éticos, etc. Ele origina-se de uma seita do bramanismo, e apresentava-se como uma doutrina da salvação. Fundada na metempsicose (emigração das almas) estabelecia quatro verdades fundamentais: 1) A vida humana é apenas dor, porque tudo é passageiro, não há nenhum fundamento útil, firme, não há nenhuma substância, porque tudo flui. Nem a alma, nem o eu existem fora da mutação de todas as coisas; 2) A dor tem sua origem no desejo e no apetite dos sentidos. Há velhice e há morte, porque há nascimento, e tudo isso porque há o devir (vir-a-ser); 3) A anulação da dor é alcançada pela anulação do desejo, que pode ser conseguida parcial ou totalmente. O ideal supremo de toda doutrina é o nirvana, a anulação do desejo. Não é propriamente o nada, mas apenas o estado onde não há mais deficiências, nem dor. Alcança-se ao nirvana apofanticamente, isto é, por negações, sem que se possa estabelecer em que positivamente ele consiste; é um estado paradisíaco; 4) Para alcançar o nirvana existem oito caminhos, que têm as exigências do yoga. As éticas são apenas meios para remover obstáculos.
O budismo é classificado, historicamente, em budismo meridional ou do pequeno veículo (hinayana), e o budismo setentrional ou do grande veículo (mayaiana). O primeiro é uma visão sistemática da antiga concepção budista; no segundo passa-se da veneração do Buda histórico para o Buda divino puramente espiritual. É uma doutrina panenteísta. Pela doutrina do hinayana, só os monges alcançavam o nirvana, enquanto pela mayaiana a budificação pode ser alcançada pelo leigo.
Entre os grandes budistas temos Sunyavada, Iocacara, Saltrantika, Bhasika, etc. Sua influência é na Índia e, em maior escala, no Tibet e na China. (2)
(1) ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1970.
(2) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.