Relativo, Relativismo

Relativo. Que se refere a um objeto (os debates relativos a graça). Que não é absoluto, portanto, mais particularmente, que não basta a si mesmo e depende de um outro termo ou objeto. (1)

Relativo. "O relativo não é concebível senão por contraste com uma existência em si e por si". Que depende de um parâmetro mais ou menos convencional. (2)

Relativismo. Doutrina que considera todo conhecimento relativo como dependente de fatores contextuais, e que varia de acordo com as circunstâncias, sendo impossível estabelecer-se um conhecimento absoluto e uma certeza definitiva. (3)

Relativismo. O conhecimento, a verdade e a moral dependem da cultura, da sociedade ou do contexto histórico, não sendo, pois, absolutos. (4)

Relatividade (Teoria da). Teoria físico-matemática exposta por Albert Einstein. Não se deve confundir relatividade com relativismo. Uma experiência feita por Michelson, em 1881 e retomada por outros cientistas, veio abrir o campo para uma nova concepção do espaço como também do tempo. Um corpo (que naturalmente tem três dimensões como todos os corpos) em movimento, contrai-se, e essa contração é ascendente. Ao alcançar o movimento a velocidade da luz esse corpo teria apenas duas dimensões.  Desta forma, a massa que, na dinâmica newtoniana, na dinâmica pre-relativista, era invariante, passa na relatividade a ser uma grandeza variável.

Uma porção de matéria terá uma massa relativa ao sistema de referência e aumentará com a velocidade. Esse aumento estará em função da velocidade. Quanto mais aumentar esta, mais aumentará a massa. Enquanto isso acontece há uma diminuição do tempo próprio. E quando a velocidade atinge o valor limite, que é a verificada na luz, isto é, quando a porção de matéria se move igual à da luz, a massa torna-se infinita e o curso do tempo estaria suspenso. (Na realidade tal não se poderia dar porque seria necessário que o móvel possuísse uma energia infinita, e esta é absolutamente contrária ao próprio sentido de energia, que tem de ser limitada, porque se fosse infinita negaria o seu próprio conceito). Vamos a um exemplo: imaginemos um corpo, que percorre o espaço, cuja massa é m e tem uma velocidade v.  Aumentando a velocidade v, a massa do corpo m aumenta e o tempo diminui. Imaginai que essa velocidade é tão veloz como a da luz, a massa cresceria ao infinito e o tempo desapareceria. Um espectador veria simultaneamente o corpo no ponto de partida como no de chegada, e a massa deixaria de ser aquela invariante aceita pela ciência pre-relativista. A relatividade veio assim tornar a massa e a energia a mesma coisa e o princípio de conservação da massa e o de conservação de energia, que antes eram distintos, fundem-se numa nova grandeza, mas relativos ao sistema de referência. Dessa forma desaparece a identidade da ciência pré-relativista para permanecer apenas a relatividade. (5)


(1) DUROZOI, G. e ROUSSEL, A. Dicionário de Filosofia. Tradução de Marina Appenzeller. Campinas, SP: Papirus, 1993.

(2) CUVILLIER, A. Pequeno Vocabulário da Língua Filosófica. São Paulo: Nacional, 1961.

(3) JAPIASSÚ, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 5.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

(4) LEVENE, Lesley. Penso, Logo Existo: Tudo o que Você Precisa Saber sobre Filosofia. Tradução de Debora Fleck. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013.

(5) SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São Paulo: Matese, 1965.